4 de dez de 2024 às 10:43
O rito da recognitio (verificação, em latim) da porta santa do jubileu aconteceu na noite de segunda-feira (2), na basílica de São Pedro. A cerimônia visa verificar se a Porta Santa, fechada desde o último ano santo, está intacta, selada e pronta para ser reaberta no início do novo Jubileu 2025.
A peregrinação às portas é um acontecimento central do Jubileu. A passagem por elas durante o Ano Santo simboliza a entrada numa nova vida em Cristo e o início de um caminho de conversão.
A cerimônia começou com uma oração guiada pelo arcipreste da basílica, cardeal Mauro Gambetti. Depois, os sampietrini, funcionários da Fábrica de São Pedro responsáveis pela vigilância e manutenção da basílica vaticana, abateram o muro que fecha a Porta Santa dentro do templo.
Uma vez demolida a parede que protege a Porta Santa, foi tirada caixa metálica guardada dentro dela desde o encerramento do Jubileu da Misericórdia, em 20 de novembro de 2016.
A caixa contém a chave com a qual o papa Francisco abrirá a Porta Santa na noite de 24 de dezembro. Ela também contém as manilhas, o pergaminho da Rogito (escritura) que atestou o seu fechamento, quatro tijolos dourados e algumas medalhas, incluindo as dos pontificados de Francisco, Bento XVI e são João Paulo II.
O cardeal Gambetti foi encarregado de guiar uma procissão, com o canto das ladainhas dos santos, desde a Porta Santa até o Altar da Confissão, onde parou para um momento em oração.
Os participantes do rito foram então à Sala Capitular, onde foi aberta a caixa metálica retirada da porta santa. Estiveram presentes dom Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, e dom Diego Ravelli, mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, que receberam os documentos e objetos do reconhecimento, que serão entregues ao papa Francisco.
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Ontem (3) aconteceu a mesma cerimônia na Porta Santa da Basílica de São João de Latrão, amanhã (5) o rito de recognitio acontecerá em São Paulo Extramuros e na sexta-feira (6) na Basílica Santa Maria Maior.
Uma cerimônia cheia de significado
O ano jubilar é marcado por diversas cerimônias solenes com séculos de tradição.
Em 1499, o papa Alexandre VI quis definir as normas cerimoniais do Jubileu. Esta tarefa foi confiada ao então mestre de cerimônias, Johannes Bruckard, que estabeleceu diversos ritos que continuam sendo celebrados até hoje, embora com algumas variações.
Do Jubileu de 1500 até o de 1975, era o papa quem iniciava a demolição do muro que fechava a porta santa. Com um martelo, feito de ouro e depois de prata, ele batia três vezes na parede de forma simbólica. Depois, os funcionários se encarregavam de demoli-lo completamente.
A parede era coberta por uma simples porta de madeira, que era retirada e recolocada no início e no final de cada ano santo. Porém, em 24 de dezembro de 1949, foi substituída por uma porta de bronze abençoada pelo papa Pio XII.
Em 1975 o rito de fechamento da porta santa foi modificado, uma vez que deixaram de ser utilizados a espátula e os tijolos, fechando-se simplesmente as folhas da porta de bronze, dando maior destaque à porta do que ao muro. No Jubileu de 1983, João Paulo II não utilizou o martelo na abertura da porta santa.
Também em 1975 começou a tradição de incluir uma caixa de metal dentro da parede, pois anteriormente os elementos simbólicos, como os tijolos dourados, eram inseridos na mistura com a qual se construía o muro novamente.
Durante os jubileus do século XX, cada uma das etapas que compõem o rito da recognitio foi consolidada. Elas incluem a demolição do muro, a recuperação de objetos simbólicos e a procissão solene com cantos litúrgicos.