A arquidiocese de São Salvador (BA) lançou um concurso de presépios 2024, a fim de “destacar o verdadeiro sentido do Natal”. As inscrições estão abertas até o dia 13 de dezembro e podem ser feitas em três categorias: residencial, paroquial ou institucional.

“Além de celebrar o nascimento do Menino Jesus, o Concurso de Presépios da Arquidiocese de Salvador tem como objetivo estimular a construção de presépios, despertando a criatividade e a memória das tradições populares do Natal”, disse a arquidiocese. “Assim, é necessário montar o presépio, que deverá ficar exposto até o dia 6 de janeiro de 2024 (Festa de Reis)”.

Podem participar do concurso todas as pessoas, Igrejas e instituições que estão no território da arquidiocese primaz do Brasil, formado pelos municípios de Salvador, Lauro de Freitas, Salinas da Margarida, Vera Cruz e Itaparica.

Para se inscrever, o candidato deve acessar o site da arquidiocese de Salvador, ler e concordar com o Regulamento, preencher o formulário, informando o nome do responsável pelo presépio, o endereço onde ele está montado, qual a categoria da qual participa e anexar três fotos e um vídeo em boas qualidades. As imagens não podem conter quaisquer informações que identifiquem o autor do presépio, como nome ou logomarcas. Para cada categoria só será aceita a inscrição de um presépio por concorrente.

No dia 17 de dezembro será divulgado o resultado parcial do concurso, sob responsabilidade de uma comissão julgadora. No mesmo dia, os presépios selecionados serão publicados no Instagram da arquidiocese (@arquisalvador) para votação pública, que será contabilizada por número de curtidas. Os votos serão computados até as 23h59 de 23 de dezembro.

O resultado final será divulgado no dia 24 de dezembro e a premiação será no dia 28 de dezembro, durante missa celebrada pelo arcebispo, cardeal Sérgio da Rocha, às 16h30, no santuário Santa Dulce dos Pobres.

O concurso é promovido pela Pastoral Arquidiocesana da Comunicação (Pascom), com a parceria do Santuário Santa Dulce dos Pobres e faz parte do projeto Natal do Salvador, promovido pela Fundação Dom Avelar Brandão Vilela e pelo Vicariato Episcopal para a Cultura, Educação e Comunicação.

O presépio

O primeiro presépio foi montado por são Francisco de Assis, em 1223, em Greccio, Itália.

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O frade Tomás de Celano (1200-1260), que escreveu a biografia de são Francisco de Assis, contou que havia no povoado de Greccio um “homem chamado João, de boa fama e vida ainda melhor, a quem São Francisco tinha especial amizade”. Cerca de 15 dias antes do Natal de 1223, são Francisco lhe disse: “Se você quiser que nós celebremos o Natal de Greccio, é bom começar a preparar diligentemente e desde já o que vou dizer. Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e ver com os próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro”. João fez como o santo lhe tinha indicado.

“Fizeram um presépio, trouxeram palha, um boi e um burro. Greccio tornou-se uma nova Belém, honrando a simplicidade, louvando a pobreza e recomendando a humildade”. Naquele mesmo local foi celebrada a missa. Francisco, que era diácono, “cantou com voz sonora o santo Evangelho” e “depois pregou ao povo presente, dizendo coisas maravilhosas sobre o nascimento do Rei pobre e sobre a pequena cidade de Belém”.

Segundo o relato, naquele local, “um homem de virtude teve uma visão admirável. Pareceu-lhe ver deitado no presépio um bebê dormindo, que acordou quando o santo chegou perto. E essa visão veio muito a propósito, porque o menino Jesus estava de fato dormindo no esquecimento de muitos corações, nos quais, por sua graça e por intermédio de são Francisco, ele ressuscitou e deixou a marca de sua lembrança. Quando terminou a vigília solene, todos voltaram contentes para casa”.

A palha usada no presépio foi guardada e depois serviu de alimento para animais que estavam doentes e ficaram curadas. Homens e mulheres também “conseguiram a cura das mais variadas doenças”.

“O lugar do presépio foi consagrado a um templo do Senhor e no próprio lugar da manjedoura construíram um altar em honra de nosso pai Francisco e dedicaram uma igreja, para que, onde os animais já tinham comido o feno, passassem os homens a se alimentar, para salvação do corpo e da alma, com a carne do cordeiro imaculado e não contaminado, Jesus Cristo Nosso Senhor”, completou Celano.

Desde então, a tradição dos presépios se expandiu para diferentes locais.

Em 2019, o papa Francisco escreveu a carta apostólica Admirabile signum sobre o significado e o valor do presépio. Francisco disse que “o sinal admirável do presépio, muito amado pelo povo cristão, não cessa de suscitar maravilha e enlevo”. “Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus”, acrescentou.

Para o papa, “o presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura”. “Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que Se fez homem a fim de Se encontrar com todo o homem, e a descobrir que nos ama tanto, que Se uniu a nós para podermos, também nós, unir-nos a Ele”, disse.