O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse querer “um futuro de respeito por todos” na Síria no momento em que se debate a formação de um novo governo. O ditador Bashar al-Assad, que foi presidente do país desde 2000, sucedendo seu pai Hafez Assad, foi derrubado por uma coalizão de forças chefiada por um grupo radical islâmico.

O cardeal Parolin falou sobre o cenário que surge na Síria em encontro na Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão, Itália, sobre o diálogo com o mundo islâmico.

Depois da chegada dos insurgentes, o grupo rebelde islâmico Hayat Tahrir al-Sham (Organização de Libertação do Levante), deu fim a 50 anos de governo da família Assad .

Essa situação ameaça favorecer a expansão de grupos terroristas como o Estado Islâmico, embora Abu Mohamed al-Jolani, encarregado de liderar a transição no país, tenha indicado que a sua intenção é colaborar com todos os grupos sírios e garantir a proteção das minorias, incluindo as comunidades cristãs.

“Vejamos agora que cenários se abrem... Talvez seja um pouco prematuro antecipar”, disse o cardeal Parolin. “Recebemos algumas antecipações sobre o respeito pelas comunidades cristãs”.

O secretário de Estado da Santa Sé disse ter esperança de que “quem assumir também busque criar um regime aberto a todos e que respeite a todos”, segundo o Vatican News, serviço oficial de informações da Santa Sé.

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“Penso que estamos todos preocupados com o que está acontecendo na Síria também por causa da velocidade com que se deram esses acontecimentos”, disse Parolin no encontro sobre diálogo com o Islã.

“É difícil compreender o que está acontecendo”, disse o secretário de Estado da Santa Sé. “Impressiona-me que um regime que parecia tão forte, tão sólido, em um curto espaço de tempo tenha sido completamente varrido”.

Embora a Santa Sé não tenha um papel formal no que ocorre no país do Oriente Médio, Parolin disse que a Santa Sé continua “o seu trabalho de diálogo e diplomacia”.

“Apraz-me muito que uma instituição como a Universidade Católica tenha promovido esta iniciativa que nos permite compreender-nos, aprofundar o recíproco conhecimento e a recíproca colaboração”, disse o cardeal sobre o evento.