O arquiteto-chefe da catedral de Notre Dame de Paris, Phillippe Villeneuve, disse à EWTN que sentiu que Nossa Senhora guiou a restauração da catedral de 861 anos, devastada por um incêndio em abril de 2019.

O arquiteto disse ao jornalista Colm Flynn no programa EWTN News in Depth que tem uma “devoção particular a Maria”.

Ao responder se ele é “um homem de fé”, Villeneuve disse que manteve isso em segredo na reconstrução, mas agora está preparado para falar disso.

“Passei cinco anos sem dizer nada porque sou um funcionário público em uma república secular e, portanto, não poderia dizer algo assim. Mas agora, tenho que revelar que sim”, disse Villeneuve a Flynn. “Tenho uma devoção especial à Virgem Maria e, correndo o risco de parecer totalmente louco — ou como Joana D'Arc — nunca parei de sentir o apoio vindo dos Céus”.

O arquiteto disse que, sem a orientação de Nossa Senhora, ele acredita que a restauração de Notre Dame de Paris não teria sido possível.

A reconstrução de Notre Dame não foi uma tarefa pequena. Uma equipe de mais de 2 mil pessoas trabalhou na restauração que custou € 800 milhões (cerca de R$ 5 bilhões). O edifício original levou quase 200 anos para ser construído, mas Villeneuve teve apenas cinco anos para restaurá-lo.

“Não acho que esse projeto teria sido possível de outra forma, e acho que foi isso que me deu força e determinação para seguir em frente, porque eu sabia que tinha apoio dos Céus”, disse Villeneuve.

O incêndio destruiu o telhado da catedral, o pináculo e três seções da abóbada. O órgão, as pinturas, os vitrais e os móveis ficaram intactos.

Com a pressão do governo francês e de 340 mil doadores privados do mundo todo, Villeneuve teve que garantir que técnicas e materiais originais fossem usados ​​o máximo possível.

“Foi uma quantidade enorme de trabalho”, disse o arquiteto. “Eu percebo isso agora, olhando de onde partimos. Estou impressionado de verdade com a beleza — impressionado com o trabalho, com a qualidade do trabalho”.

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“Sou loucamente apaixonado por Notre Dame de Paris desde pequeno”, disse Villeneuve. “Quando criança, era dentro da catedral que eu me sentia bem”.

Ele disse que fez uma maquete da catedral aos 16 anos de idade.

“Mal sabia eu, quando garoto, quando estava construindo a catedral de papelão e papel, que um dia eu estaria trabalhando na catedral de verdade”, disse Villeneuve. “Quando coloquei a última pedra da abóbada no transepto norte, foi como se tivesse sido levado de volta no tempo. E eu me vi como criança novamente construindo esta abóbada com papel e papelão”.

A catedral recém-restaurada reabriu oficialmente ao público no último sábado (7).

Mais de 11 mil pessoas estiveram na cerimônia de abertura, que teve a presença de 40 líderes mundiais, como o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky; e 170 bispos.

O arcebispo de Paris, dom Laurent Ulrich, celebrou a missa e consagrou o altar no dia seguinte (8), festa da Imaculada Conceição.

Monsenhor Olivier Ribadeau Dumas, arcipreste-reitor de Notre Dame, disse que a catedral é “a alma da França”.

“Como essa catedral é algo da alma da França, a história do nosso país está intimamente ligada à história da catedral”, disse Dumas a Flynn. Mas sua “influência se estende muito além da França”.

“A catedral não pertence aos parisienses, nem aos católicos, nem aos franceses, mas é o bem comum de toda a humanidade. E suas pedras falam de Deus porque foram animadas pela oração por mais de 800 anos”, disse Dumas.