A escola pública La Inmaculada (A Imaculada), em Cádiz, Espanha, está fazendo um concurso para mudar o nome da escola, com o requisito essencial de não “conter símbolos religiosos ou políticos”.

O regulamento do concurso diz também que o objetivo é “encontrar um novo nome que represente a identidade, os valores e a missão” da escola fundada há 50 anos.

A direção da escola anunciou que os professores vão trabalhar com os alunos e incentiva professores, pais e demais pessoas que fazem parte da escola, incluindo ex-alunos, a apresentar propostas.

As sugestões para o novo nome devem estar ligadas “à localidade, ao nosso entorno imediato e aos valores educativos que são promovidos”.

A escola La Inmaculada foi fundada em 1972 no Campo de las Balas, em Cádiz, junto à praia de La Caleta, e teve mais de 300 alunos em seu primeiro ano de funcionamento. O capitão Miguel Sibón propôs a criação da escola ao preocupar-se com a educação dos filhos de militares estacionados em Cádiz.

O nome da Imaculada Conceição foi escolhido porque essa devoção a Nossa Senhora é a padroeira da Infantaria de Marinha espanhola e da Espanha.

Como as instalações originais se tornaram pequenas demais, alguns anos depois a escola foi transferida para o outro lado da cidade, junto à praia da Cortadura. Gradualmente, e com o fechamento definitivo de vários quartéis de Cádiz, a escola deixou de ser exclusiva para filhos de militares.

Em 2007, a escola passou para as mãos do governo da comunidade autônoma da Andaluzia.

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O prazo para enviar propostas de nomes vai terminar em 12 de janeiro do ano que vem. Os nomes serão avaliados pela comissão de mudança de nome criada para o conselho escolar.

O cartaz de divulgação do concurso mostra um banner colocado na escola por ocasião de seu 50º aniversário, em que se destaca o seu escudo, que contém uma imagem de Nossa Senhora junto com um livro, uma lâmpada acesa e a legenda “Eu sou a Imaculada!”

A abordagem da nova gestão da escola não foi recebida de forma positiva por toda a comunidade educativa. Um ex-aluno, Pablo Rodríguez, iniciou uma campanha de rejeição através da plataforma change.org (link em espanhol), dizendo: “Sinto muito e lamento a intenção de mudar o nome de uma instituição que tem esse nome há mais de 50 anos”.

“Esses 50 anos representam mais do que um simples nome, representam a memória coletiva da nossa cidade e a mudança de nome pode apagar uma parte importante dessa memória”, diz também Rodríguez.

Vários ex-alunos que se manifestaram contra a iniciativa na página da escola na rede social Facebook, que até agora não tem manifestações de apoio ao concurso de nomes.

“Para muitos de nós, A Imaculada Conceição não é só um nome. São as lembranças, são os amigos, são os professores que marcaram as nossas vidas. Faz parte de quem somos. Mudar isso, com a desculpa de refletir valores e história, me parece injusto, porque esses valores sempre existiram”, diz Rafael Iseijín.

Francisco José García diz que parece “muito inoportuno e deslocado propor uma mudança de nome, apagando assim todo o seu passado” e pergunta “que melhores valores pode o precioso nome de La Inmaculada e a história vivida, a real, a de todos nós que estudamos nesta escola”.

“A mudança de nome me parece completamente inadequada. Sinto muito orgulho da minha escola, onde fui ensinado. O nome da mãe muda?”, diz Juan Bartual.