No último domingo (15) igrejas na Síria tiveram um aumento notável de participantes em todas as cidades e vilas, e pessoas se reuniam para orar livremente. O ditador da Síria Bashir Asad foi derrubado no último dia 8 por uma coalizão de forças liderada por um grupo radical islâmico depois de 24 anos no poder.

Nenhum incidente de agressão ou restrição foi registrado nas igrejas. Enfeites de Natal decoram fachadas de igrejas e alguns bairros com presença cristã significativa.

Na missa de domingo na igreja da Santa Cruz em Damasco, capital do país, o patriarca ortodoxo grego de Antioquia e de todo o Oriente, João X (Yazigi), disse que os cristãos não são meros hóspedes nessa terra, mas “uma parte profundamente enraizada da Síria, tão antiga quanto o jasmim de Damasco e a herança apostólica de Antioquia —  terra que marcou o mundo com o nome de Jesus Cristo”.

O patriarca disse aos muçulmanos: “Meus irmãos muçulmanos, entre o 'vocês e nós', o divisivo 'e' deve cair... Deixando o 'nós'. Somos um, compartilhando uma história cheia de vitórias e quedas, e compartilhamos um destino”.

Ao articular a visão para o futuro da Síria, Yazigi disse: “Queremos um Estado civil em que todos sejam iguais em direitos e deveres, preservando as leis de status pessoal para todos os componentes. Queremos um Estado de cidadania, coexistência e paz civil. Um Estado governado por leis, em que religião, liberdade e direitos humanos sejam respeitados. Um Estado democrático, em que o poder transita pacificamente”.

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O patriarca disse que alcançar essas metas depende de uma nova Constituição.

O patriarca católico siríaco Ignatius Joseph III Younan pediu o estabelecimento de um governo de transição que defenda a transparência, a reconciliação e a justiça para todos os cidadãos. O patriarca pediu uma transição política suave que proteja os sírios de retaliação e vingança. Younan também falou contra quaisquer iniciativas que buscam fazer mudanças demográficas ou religiosas no país.

As liturgias no domingo coincidiram com a volta dos estudantes às escolas e universidades.

George Daekh, diretor da escola católica Melquita Al-Woroud em Aleppo, disse à ACI MENA, agência de notícias em árabe da EWTN News, que as escolas cristãs voltaram às aulas na segunda-feira (16), mantendo o domingo como dia de folga. O dia de folga dos muçulmanos é a sexta-feira. Daekh disse que as equipes administrativas e de suporte ficaram horas removendo símbolos do antigo regime e hasteando a nova bandeira da Síria nos dias anteriores.