O presidente dos EUA, Joe Biden, aceitou um convite para visitar o papa Francisco no mês que vem e discutir esforços para promover a paz no mundo, disse ontem (19) a Casa Branca.

Biden, o segundo presidente católico do país, deve viajar a Roma de 9 a 12 de janeiro. Sua audiência com o papa Francisco está marcada para 10 de janeiro.

O anúncio da viagem ocorreu depois de uma conversa telefônica ontem (19)  entre o papa Francisco e Biden, na qual os dois falaram sobre "esforços para promover a paz em todo o mundo nas festas de fim de ano", segundo comunicado divulgado ontem (19) pela Casa Branca.

"O presidente agradeceu ao papa por sua defesa contínua para aliviar o sofrimento global, como o seu trabalho para promover os direitos humanos e proteger as liberdades religiosas. O presidente Biden também aceitou graciosamente o convite de Sua Santidade o papa Francisco para visitar o Vaticano no próximo mês", diz o comunicado.

Biden também deve se encontrar com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, em sua visita. Segundo a Casa Branca, Biden vai agradecer a Meloni por sua liderança no G7 em 2024. A cúpula do G7 é uma reunião anual de líderes dos governos dos EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Japão e Itália.

Visitas ao exterior ao fim do mandato de um presidente dos EUA são raras. A visita mais recente ao exterior de um presidente do país no último mês de mandato foi há mais de 30 anos, quando o presidente George H.W. Bush visitou Moscou para assinar um tratado nuclear e Paris para conversar com o então presidente da França, François Mitterrand, sobre a guerra da Bósnia.

Biden se encontrou pela última vez com o papa Francisco em junho deste ano, quando os dois discutiram a política externa em Israel, Gaza e Ucrânia, e falaram sobre as mudanças climáticas. Em audiência privada na cúpula do G7 na Apúlia, Itália, os dois líderes "enfatizaram a necessidade urgente de um cessar-fogo imediato e um acordo de reféns" em Gaza e a necessidade de "abordar a crise humanitária crítica", segundo a Casa Branca.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

Na época, Biden também agradeceu ao papa Francisco pelo trabalho da Santa Sé para abordar as preocupações humanitárias na Ucrânia e por seus esforços para lidar com as mudanças climáticas.

Os dois têm discutido de forma constante sobre a guerra entre as Forças de Defesa de Israel e o grupo terrorista islâmico Hamas desde outubro do ano passado, quando falaram por telefone sobre como prevenir a escalada de violência na região e trabalhar pela paz depois dos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, nos quais o Hamas matou mais de 1, 2 mil homens, mulheres e crianças e levou mais de 200 pessoas sequestradas para a Faixa de Gaza.

Biden já se reuniu com o papa Francisco em outubro de 2021 por cerca de 75 minutos para falar sobre pobreza, mudanças climáticas e outras questões. Esse foi o primeiro encontro pessoal de Biden como presidente dos EUA com o papa, mas os dois também conversaram ao telefone logo depois de Biden ser eleito presidente em 2020. Biden se encontrou com o papa Francisco três vezes antes de se tornar presidente.

O papa Francisco criticou Biden no passado por ser católico e promover o aborto, ao chamar isso de "incoerência" em uma entrevista em 2022.

"Que (Biden) fale com seu bispo, com seu pastor, com seu pároco sobre esta incoerência", disse Francisco.

O papa também pediu recentemente o fim da produção e uso de explosivos antipessoais em novembro, uma semana depois de Biden aprovar o uso de minas terrestres americanas pela Ucrânia na guerra entre Rússia e Ucrânia.

Nos últimos quatro anos, a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês) discordou de forma consistente do governo Biden sobre questões relacionadas ao aborto e à ideologia de gênero.