23 de dez de 2024 às 15:04
O papa Francisco expressou no sábado (21) seu choque com o ataque mortal em uma feira de Natal no leste da Alemanha na última sexta-feira (20), que matou cinco pessoas, incluindo uma criança de nove anos, e deixou mais de 200 feridos.
Em telegrama ao presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, em nome do papa Francisco, o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, transmitiu a “proximidade espiritual” do papa a todos os afetados pela tragédia.
O papa “reza pelos mortos e confia o povo a Cristo, nossa esperança, cuja luz pode brilhar na escuridão”, escreveu o cardeal.
Segundo as autoridades, o ataque deixou quatro adultos e uma criança de nove anos mortos entre 205 vítimas. As autoridades disseram também que 41 pessoas sofreram ferimentos graves ou com risco de vida.
O suspeito, identificado como Taleb A., um saudita de 50 anos que recebeu asilo na Alemanha em 2016, dirigiu um carro preto alugado contra uma multidão em um mercado de Natal no centro de Magdeburg, cidade de 240 mil habitantes a cerca de duas horas a oeste de Berlim.
O promotor público chefe Horst Walter Nopens disse não estar claro se as autoridades consideram o incidente um ato de terrorismo, segundo a mídia local.
A diocese de Magdeburg anunciou que a catedral de St. Sebastian estaria aberta no último sábado para oração e reflexão. Um serviço memorial foi agendado no último sábado à noite na catedral de Magdeburg.
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O bispo de Magdeburg, dom Gerhard Feige, fez uma declaração imediatamente depois do ataque na última sexta-feira (20) à noite: “Penso nos afetados, em seus parentes e nos serviços de emergência e os incluo em minhas orações”.
Dom Feige disse também: “Especialmente nestes dias e antes de uma festa onde a mensagem do amor de Deus, da dignidade humana e do anseio por um mundo curado nos comovem particularmente, tal ato é ainda mais assustador e abismal”.
O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, e a ministra do Interior do país, Nancy Faeser, visitaram a cidade para se reunir com autoridades locais e prestar suas homenagens no local do ataque.
O bispo de Limburg, dom Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã (DBK, sigla em alemão), disse que “o ataque em Magdeburg nos deixa sem palavras" e que “o horror, a tristeza e a simpatia são sentidos hoje por muitas pessoas por toda a Alemanha e pelo mundo”.
O suspeito trabalhou anteriormente como psicoterapeuta e, segundo a mídia alemã, vinha publicando mensagens cada vez mais erráticas nas redes sociais nos últimos meses, incluindo ameaças de derramamento de sangue e “guerra” contra autoridades alemãs. Em uma entrevista de 2019, ele se descreveu como “ex-muçulmano”.
Segundo um porta-voz da polícia, as autoridades receberam uma queixa criminal contra o suspeito há um ano. Embora uma intervenção preventiva tenha sido planejada na época — uma medida destinada a combater preventivamente crimes em potencial — isso aparentemente nunca ocorreu.
O ataque ocorreu em um local que não era protegido por barreiras de concreto, que foram instaladas em mercados de Natal por toda a Alemanha devido a vários ataques terroristas islâmicos em eventos públicos, incluindo contra um mercado de Natal em Berlim em 2016, que matou 12 pessoas.