24 de dez de 2024 às 09:59
“E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2, 6–7). Ao celebrar o nascimento de Jesus, conta-se a história da relíquia do santo berço feito de madeira e barro onde Nossa Senhora colocou o Filho de Deus.
No final do século VII, o patriarca santo Sofrônio I de Jerusalém presenteou o papa Teodoro I com os restos do cunabulum, a manjedoura onde o menino Jesus foi posto ao nascer.
Estas tábuas de madeira, que teriam sido usadas para sustentar o berço de barro, foram doadas pelo papa à basílica de Santa Maria Maior, conhecida como a Belém de Roma.
No ano 432, o papa Sisto III decidiu projetar um lugar especial dentro da primitiva basílica de Santa Maria Maior para abrigá-lo. Foi assim que foi erguida a Gruta da Natividade, uma réplica da Gruta de Belém.
Depois, por encomenda do papa Pio IX, o arquiteto romano Virginio Vespignani criou a capela da confissão, que fica sob o altar papal, com setenta tipos diferentes de mármore, a maior parte extraídos de escavações feitas em Roma e Ostia.
Ali se encontra o relicário, desenhado em forma de berço com o menino Jesus deitado, de autoria do arquiteto italiano Giuseppe Valadier. Dentro dele encontram-se varas feitas de madeira de sicômoro, árvore semelhante à figueira típica do Egito e do Oriente Médio.
Em 2018, depois que o papa Francisco decidiu doar parte da relíquia à Terra Santa, foram feitos vários estudos que confirmaram que esta madeira provém de Belém e que é da época em que Jesus nasceu.
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Na basílica de Santa Maria Maior, também conhecida como Basílica do Presépio, Sancta Maria ad Praesepem, foi celebrada a primeira missa do Natal do Senhor, que depois se tornou uma tradição litúrgica da Igreja universal.
Até finais do século XIX, o papa celebrava a missa do Natal nessa baasílica, e a relíquia do santo berço era levada em procissão por dentro da basílica.
Esta tradição não aconteceu mais por causa da delicadeza do relicário que a protege, embora possa ser venerada pelos fiéis da véspera do Natal até a Epifania.
O custódio da relíquia, dom Eamon Mc Laughlin, disse à ACI Prensa, agência em espanhol da EWTN, que, diante do santo berço, “os muitos peregrinos que visitam a basílica reacendem a sua experiência espiritual, por vezes adormecida ao longo dos anos, ao contemplar este mistério de um Deus que manifesta a sua grandeza na pequenez de uma criança”.
De cada lado do menino Jesus desenhado por Valadier há também duas flores que abrigam outras relíquias do nascimento de Jesus.
Uma delas é o panniculum, pequeno pedaço de pano do tamanho de uma mão. Segundo a tradição, é um pedaço do pano com que Maria envolveu o Menino Jesus. Na outra flor é guardada uma palha sobre a qual o menino Jesus foi colocado na manjedoura.