26 de dez de 2024 às 12:19
O papa Francisco disse antes de rezar hoje (26) a oração do Ângelus que, como santo Estevão, o primeiro mártir cuja festa a Igreja celebra hoje, há muitos perseguidos por causa do Evangelho.
Da janela do Palácio Apostólico do Vaticano, o papa falou sobre esse santo, padroeiro dos diáconos, que enquanto era apedrejado “rezou por seus assassinos”.
Francisco disse que o mártir enfrentou a morte “como um homem verdadeiramente livre”, ao amar também os seus assassinos e oferecer a sua vida por eles, “como Jesus na cruz”, para que “se arrependam e, perdoados, possam ter o dom da vida eterna”.
Assim, “o diácono Estevão apresenta-se como testemunha daquele Deus que tem um só grande desejo: que todos se salvem e que ninguém se perca”, disse o papa Francisco.
Segundo o papa, santo Estêvão é também “testemunha do Pai que quer o bem e só o bem para cada um dos seus filhos, sempre; que não exclui ninguém, que não se cansa de procurá-los e acolhê-los quando, depois de se terem desviado, voltam a Ele arrependidos”.
Francisco disse que “Deus perdoa tudo e sempre perdoa” e lamentou que “ainda hoje, há em várias partes do mundo muitos homens e mulheres perseguidos, às vezes até à morte, por causa do Evangelho”.
“Eles não se deixam executar por fraqueza, nem para defender uma ideologia, mas para tornar todos participantes do dom da salvação que receberam do Senhor Jesus Cristo”, disse o papa.
Francisco disse também que os mártires fazem isso “para o bem de seus assassinos, que precisam mais de perdão e redenção do que os outros”.
O papa Francisco também citou o beato Christian de Chergé, um mártir dos tempos atuais beatificado em 2018 na Argélia, que chamou o seu assassino de “amigo de última hora”.
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“Pensando em quem iria matá-lo, ele o chamou de 'amigo' e 'irmão', e desejou estar com ele no Céu. Esse é o amor de Deus, o amor que salva o mundo! Quanto precisamos desse amor!”
Assim, o papa fez as seguintes perguntas aos fiéis: “Sinto o desejo de que todos conheçam a Deus e sejam salvos? Sei querer o bem até para quem me faz sofrer? Interesso-me pelos muitos irmãos perseguidos pela sua fé e rezo por eles?”
“Chega de colonizar cidades com armas”
Ao fim da oração mariana do Ângelus, o papa Francisco renovou as suas saudações de Natal, agradeceu as mensagens recebidas e saudou os judeus que celebram a festa do Hanukkah.
O papa disse também que abriu hoje a porta santa da prisão romana de Rebibbia , que definiu como “a catedral da dor e da esperança”.
Francisco pediu novamente pela eliminação da dívida externa dos países mais pobres, apelo que incluiu em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz , que será celebrado em 1° de janeiro.
Diante dos fiéis e peregrinos reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano, o papa disse que a questão da dívida está ligada à da paz, ao mesmo tempo que denunciou o mercado negro de armas.
“Parem de colonizar as pessoas com armas”, disse o papa Francisco. “Trabalhemos pelo desarmamento, contra a fome, contra as doenças, contra o trabalho infantil”.
Por fim, o papa Francisco pediu às pessoas para rezar pela paz em todo o mundo.