30 de dez de 2024 às 12:26
O bispo de Setúbal, Portugal, cardeal Américo Aguiar, anunciou o perdão das dívidas pessoais à diocese, como uma forma de marcar o Jubileu da Esperança 2025 aberto nas dioceses em todo o mundo ontem (29).
“Anuncio o perdão de todas as dívidas pessoais à diocese de Setúbal até à data de hoje” disse o bispo ao final da homilia na missa de abertura do Jubileu na catedral de Setúbal. “O mesmo peço a todas as instituições com nossa tutela direta ou indireta. Às IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social], às Misericórdias, a todos, todos, todos, sendo econômica e financeiramente possível perdoem dívidas pessoais/individuais”, acrescentou.
O cardeal Américo Aguiar disse que fará “o mesmo” a “título pessoal” e convidou todos, “homens e mulheres de boa vontade”, a perdoar “as dívidas pessoais”.
Os jubileus da Igreja têm suas raízes na lei judaica e, assim, o perdão das dívidas é um de seus elementos integrantes. “De sete em sete anos, farás a remissão das dívidas. Eis no que ela consistirá: todo credor remitirá o empréstimo que tiver feito ao seu próximo. Não exercerá contra o seu próximo ou contra o seu irmão opressão alguma quando for publicada a remissão em honra do Senhor. Poderás obrigar ao estrangeiro; mas quanto às dívidas de teu irmão, farás remissão”, diz o livro do Deuteronômio 15,1-3.
O perdão das dívidas entre Estados foi proposto pelo papa Francisco por ocasião do Jubileu 2025. Na mensagem Urbi et Orbi do dia 25 de dezembro, o papa pediu “que o Jubileu seja uma ocasião para perdoar as dívidas, sobretudo as que oneram os países mais pobres”.
No dia seguinte, no Ângelus pela festa de santo Estêvão, Francisco disse que “uma das ações que caracterizam os Jubileus é a remissão de dívidas”. “Por isso, encorajo todos a apoiarem a campanha da Caritas Internationalis intitulada ‘Transformar a dívida em esperança’, para aliviar os países sobrecarregados por dívidas insustentáveis e promover o desenvolvimento”, acrescentou.
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Anistia para presos
O cardeal Américo Aguiar propôs também a anistia de presos no Jubileu 2025. Segundo ele, “a bula de proclamação do Jubileu 2025 defende uma anistia para os presos, como sinal de ‘esperança’”.
O bispo citou as palavras do papa Francisco na bula do Jubileu, em que disse: “Proponho aos governos que, no Ano Jubilar, tomem iniciativas que lhes restituam esperança: formas de anistia ou de perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais corresponda um compromisso concreto de cumprir as leis”.
O bispo de Setúbal lembrou a anistia de infrações praticadas por jovens por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023. Segundo ele, “ao contrário do desejado, ficou infelizmente a marcar negativamente tantas irmãs e irmãos”.
“Peço, exorto aos nossos ilustres parlamentares que possam refletir e equacionar uma anistia no contexto deste Jubileu Universal e dos 50 anos da democracia”, disse, ao recordar os 50 anos da Revolução dos Cravos, celebrado em 25 de abril deste ano.