5 de jan de 2025 às 14:11
O cardeal James Michael Harvey, arcipreste da basílica papal de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, abriu hoje (5) a quinta e última Porta Santa do Jubileu da Esperança 2025.
As Portas Santas deste Ano Jubilar, iniciado pelo papa Francisco a 24 de dezembro, quando abriu a primeira na basílica de São Pedro, estão também nas basílicas de Santa Maria Maior e de São João de Latrão e, por um pedido especial do papa, na prisão romana de Rebibbia.
“Abri-me as portas da justiça, entrarei e darei graças ao Senhor”, foi a invocação final pronunciada pelo cardeal antes de entrar pela Porta Santa da basílica onde repousam os restos mortais de são Paulo, o chamado “Apóstolo dos Gentios”, e onde estão expostos os retratos de todos os papas, de são Pedro a Francisco.
Depois do rito de abertura da Porta Santa de São Paulo Fora dos Muros, o cardeal Harvey, os sacerdotes concelebrantes e os fiéis presentes entraram na basílica para participar na missa.
“Atravessamos o limiar do templo sagrado com imensa alegria porque, de forma emblemática, atravessamos a porta da esperança: alegria e esperança é o binómio que delineia o rito litúrgico”, disse no início da homilia o cardeal americano de 75 anos, nascido no Wisconsin.
“A alegria porque nasceu o Salvador, a esperança porque Cristo é o Salvador, é a nossa esperança. É a alegria que caracteriza o tempo do Natal”, disse o cardeal, que é arcipreste de São Paulo Fora dos Muros desde 2012.
O cardeal Harvey disse que o Menino Jesus veio ao mundo e encarnou “não apenas para ser admirado ou acolhido como companheiro, mas para nos comunicar a sua própria vida filial, para nos levar a uma relação íntima com Deus. Em Jesus recebemos a adoção como filhos, que nos confere uma dignidade excepcional, que nos conduz a uma plenitude insuperável”.
“A alegria”, continuou o cardeal, “é também o sentimento apropriado para o dom da redenção em Jesus Cristo: o Pai rico em misericórdia envia o seu Filho para nos salvar, o Filho de Deus se humilhou, aceitando de bom grado a morte na cruz para tirar os pecados do mundo e faz-nos entrar na perspectiva da bem-aventurada esperança”.
O cardeal disse que “a abertura da Porta Santa marca a passagem salvífica aberta por Cristo com a sua encarnação, morte e ressurreição, chamando todos os membros da Igreja a se reconciliarem com Deus e com o próximo”.
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“Atravessando com fé o limiar desta basílica, entramos no tempo da misericórdia e do perdão para que, segundo as palavras do nosso padroeiro, são Paulo, se abra a cada mulher e a cada homem o caminho da esperança que não desilude, de que hoje precisamos mais do que nunca”.
Neste período “pós-pandêmico”, ferido por crises e guerras, continuou o arcipreste, faz falta aquela esperança de que fala o papa Bento XVI na sua encíclica Spe Salvi (Salvos pela Esperança) “que oferece uma perspectiva original sobre a relação entre o presente e o futuro”.
“O presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho. Somente quando o futuro é certo como realidade positiva, é que se torna vivível também o presente”.
Com Cristo, diz Bento XVI na sua encíclica, “a porta tenebrosa do tempo, do futuro, foi aberta de par em par. Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova”.
O cardeal Harvey recordou então uma recente catequese do papa Francisco sobre a esperança, na qual disse que “esperança não é uma palavra vazia, nem um nosso vago desejo de que as coisas corram bem: a esperança é uma certeza, porque se baseia na fidelidade de Deus às suas promessas”.
Por isso é chamada uma virtude teologal, “pois é infundida por Deus e tem Deus como garante. Não é uma virtude passiva, que se limita a esperar que as coisas aconteçam. É uma virtude extremamente ativa que ajuda a fazer com que elas ocorram”.
Segundo a bula Spes not confundit, com a qual o papa Francisco convocou o Jubileu Ordinário 2025, as Portas Santas das basílicas de São João de Latrão, São Paulo Fora dos Muros e Santa Maria Maior vão ser fechadas no no dia 28 de dezembro deste ano.
A Porta Santa da basílica de São Pedro será fechada em 6 de janeiro de 2026, na Epifania do Senhor, encerrando assim o Ano Jubilar da Esperança.