Dom Juan Antonio Martínez Camino, bispo-auxiliar de Madri, disse que o papa Bento XVI foi um “profeta da esperança”, crítico da “modernidade pagã” e do “cristianismo modernizado”.

O bispo espanhol escreveu no texto “Dos años sin Benedicto XVI” (link em espanhol), publicado na última sexta-feira (3) no jornal ABC, sobre a relevância do magistério de Joseph Ratzinger, que morreu em 31 de dezembro de 2022.

“Ele é muito crítico de uma modernidade pagã, adoradora do novo ídolo do progresso, que já exigiu tantas lágrimas e tanto sangue de seus seguidores”, escreveu dom Camino. “Ele também é crítico de um cristianismo modernizado, sem lucidez e um tanto autoconsciente que se deixou seduzir pelas atrações do novo ídolo”.

"Mas, acima de tudo, o papa Ratzinger permanece conosco como um profeta de esperança para uma Modernidade que ainda pode salvar suas melhores conquistas. Será uma boa inspiração para o Ano Jubilar de 2025, aberto sob o lema da esperança que não desilude".

Dom Camino diz também que Bento XVI "contribuiu para uma compreensão mais profunda e atual da Revelação como um evento histórico e pessoal".

“É o único acontecimento pessoal de Jesus Cristo e da sua Igreja, dos seus santos, que abre à humanidade uma esperança que não desilude e uma liberdade que não se devora a si mesma”, diz o bispo.

 

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Dois livros sobre Bento XVI

Dom Camino diz também que em breve "será publicado um livro intitulado 'Bento XVI, Pai da Igreja, Doutor da Esperança' ”.

“Nele recolhemos os textos de um colóquio sobre o papa alemão que o apresenta como um novo 'pai da Igreja', precisamente porque ele foi capaz de abrir novos caminhos para a Igreja para uma tarefa com a qual ela vem lutando há algum tempo, mas que ainda tem pendente: a evangelização da Modernidade", diz o bispo.

Dom Martínez Camino diz que mais do que condenar a modernidade, é preciso “oferecer-lhe um caminho de salvação. Como? Identificando precisamente em suas deficiências, como o hedonismo e o racionalismo, os lugares de construção de uma possível ponte com a fé cristã".

A fé cristã, diz o bispo auxiliar de Madri, "oferece felicidade duradoura a quem não conhece nada além da passagem e um logos aberto ao verdadeiro Infinito para quem, pensando apenas de forma autônoma e finita, acaba sufocando em seu próprio laço".