7 de jan de 2025 às 13:24
A estrela que os magos seguiram para encontrar o Menino Jesus é um símbolo do amor de Deus por todas as pessoas e não um sinal do poder e da fama daqueles que se consideram "estrelas", disse ontem (6) o papa Francisco na solenidade da Epifania do Senhor.
No Brasil, a solenidade foi transferida para o domingo anterior (5).
Em sua homilia na missa ontem na basílica de São Pedro, no Vaticano, o papa disse que os Magos ficaram satisfeitos com “outro tipo de luz, simbolizada pela estrela, que ilumina e aquece, queimando e deixando-se consumir”.
“A estrela fala-nos da única luz que pode indicar a todos o caminho da salvação e da felicidade: a do amor. É a única luz que nos fará felizes!”, disse também Francisco.
A solenidade da Epifania marca quando os Magos, também chamados de Reis Magos ou três reis, chegaram aonde Jesus nasceu levando ouro, incenso e mirra de presente. Segundo o Evangelho de São Mateus, os magos, que foram guiados por uma estrela do oriente, encontraram o menino Jesus, “prostraram-se e prestaram-lhe homenagem”.
O papa Francisco disse em sua homilia que a luz que torna as pessoas verdadeiramente felizes é, antes de tudo, “o amor de Deus, que se fez homem e se entregou a nós, sacrificando a sua vida”.
O papa pediu aos católicos que pensem em como podem ser essa mesma luz para os outros, tornando-se, com a ajuda de Deus, “um sinal recíproco de esperança, mesmo nas noites escuras da vida”.
“Pensemos nisto: somos luminosos na esperança? Somos capazes de dar esperança aos outros, com a luz da nossa fé?”
Depois da proclamação do Evangelho, um diácono anunciou na missa as datas das “festas móveis” na Igreja este ano, começando com o Domingo de Páscoa, que será 20 de abril.
“Da Páscoa fluem todos os dias santos”, disse o diácono, enquanto também anunciou as datas da Quarta-feira de Cinzas (5 de março), da Ascensão do Senhor (29 de maio), do Pentecostes (8 de junho) e do primeiro domingo do Advento (30 de novembro). Essas são as chamadas “festas móveis” porque sua observância cai em datas diferentes do calendário em anos diferentes.
Na homilia, o papa também falou sobre outras duas características da Estrela de Belém: que ela é visível para todos e indica um caminho.
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“A estrela, que a todos no céu oferece a sua luz, recorda-nos que o Filho de Deus veio ao mundo para encontrar todo o homem e mulher da terra, independentemente da etnia, língua ou povo a que pertença (cf. At. 10, 34-35; Ap. 5, 9), e que nos confia a mesma missão universal (cf. Is. 60, 3)”, disse Francisco.
O papa Francisco disse que Deus “chama-nos a banir todas as formas de discriminação, marginalização e descarte das pessoas, e a promover, em nós mesmos e nos ambientes em que vivemos, uma forte cultura do acolhimento, na qual às portas fechadas do medo e da rejeição se prefiram espaços abertos de encontro, integração e partilha”.
A estrela está no céu não para ser “distante e inacessível”, disse o papa, mas “para que a sua luz seja visível a todos, para que chegue a todas as casas e ultrapasse qualquer barreira, levando a esperança aos cantos mais remotos e esquecidos do planeta”.
O fato da Estrela de Belém indicar o caminho é também “uma pista de reflexão, especialmente no contexto do Ano Santo", disse Francisco.
O papa disse que uma das principais características do Ano Santo recém-iniciado é a peregrinação, e que “a luz da estrela convida-nos a realizar um caminho interior que, como escreveu João Paulo II, liberte o nosso coração de tudo o que não é caridade, para «termos a possibilidade de nos encontrarmos plenamente com Cristo, confessando a nossa fé n’Ele e recebendo a abundância da sua misericórdia» (Carta a quantos se estão preparando para celebrar fielmente o Grande Jubileu, 29 de junho de 1999, 12)”.
“E nós, olhando para a estrela, possamos também renovar o nosso compromisso de sermos mulheres e homens ‘da Via’, como eram definidos os cristãos nas origens da Igreja (cf. At. 9, 2).”, disse o papa Francisco.
Logo depois da missa, em sua meditação antes da oração do Ângelus, o papa pediu aos cristãos que reflitam se são mais como os pastores e os Magos que buscavam Jesus ativamente ou como os que, apesar de viverem em Jerusalém, ficaram em “suas 'mesas' ”.
“Somos mais semelhantes aos pastores, que na mesma noite [do nascimento de Cristo] vão às pressas à gruta, e aos Magos do Oriente, que partem confiantes em busca do Filho de Deus feito homem; ou somos mais semelhantes àqueles que, apesar de estarem fisicamente muito próximos dele, não abrem as portas do seu coração e da sua vida, permanecendo fechados e insensíveis à presença de Jesus?”, disse Francisco.
Depois de fazer a tradicional oração mariana, que o papa fez de pé numa janela com vista para a praça de São Pedro, o papa Francisco ofereceu seus votos aos cristãos orientais que celebram hoje (7) o Natal.
“Asseguro-lhes especialmente minhas orações por aqueles que sofrem por causa dos conflitos em andamento. A todos, que Jesus, Príncipe da Paz, leve paz e serenidade!”, disse o papa.