7 de jan de 2025 às 15:29
Shigemi Fukahori, católico japonês que sobreviveu à bomba atômica lançada em Nagasaki em 1945 e foi um defensor da paz, morreu na última sexta-feira (3), aos 93 anos.
Fukahori morreu em um hospital em Nagasaki, segundo a catedral de Urakami, que fica na cidade. A agência de notícias americana Associated Press (AP) noticiou sua morte no último domingo (5).
A catedral de Urakami foi destruída na explosão atômica de 9 de agosto de 1945 e foi reconstruída em 1959.
Por grande parte de sua vida, Fukahori “rezou quase diariamente” na catedral, informou a AP.
Fukahori tinha 14 anos quando a bomba caiu na cidade. Ele trabalhava num estaleiro a vários quilômetros do centro da explosão.
Por anos ele não falou sobre a experiência que viveu. Um encontro casual com uma vítima do bombardeio de Guernica, Espanha, em 1937 “o ajudou a se abrir”, disse a AP.
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“No dia em que a bomba caiu, ouvi uma voz pedindo ajuda. Quando me aproximei e estendi minha mão, a pele da pessoa derreteu. Ainda me lembro de como foi isso”, disse Fukahori à rede de televisão japonesa NHK em 2019.
Fukahori, cujo funeral estava marcado para ontem (6) na catedral de Urakami, conheceu o papa Francisco naquele mesmo ano e o presenteou com uma coroa de flores quando o papa visitou o Japão.
Em 2020, numa cerimônia no Japão, o defensor da paz disse: “Estou determinado a enviar nossa mensagem para fazer de Nagasaki o último lugar onde uma bomba atômica terá sido lançada”.
Fukahori disse à NHK que os efeitos da bomba “não foram só daquele momento — ainda estamos sofrendo”.
“Os humanos são fracos, então tendemos a ser gananciosos. Mas ser egoísta não traz paz”, disse Fukahori.