A Nicarágua cancelou a personalidade jurídica de 15 organizações sem fins lucrativos em 2025 entre as quais a Fundação das Freiras Dominicanas da Nicarágua. Elas se somam às mais de 5,4 mil organizações não-governamentais (ONGs) fechadas desde 2018 pelo governo do presidente Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro de esquerda que soma mais de trinta anos no poder, e de sua mulher, a co-presidente Rosario Murillo.

O jornal La Gaceta, veículo de comunicação oficial do governo da Nicarágua, anunciou em 8 de janeiro a “dissolução voluntária” de 11 dessas organizações, incluindo a organização humanitária Save the Children. Segundo seu site, a Save the Children atua no país da América Central desde 1986.

“O trabalho da Save the Children na Nicarágua se concentra em quatro áreas programáticas: educação, saúde e nutrição, governança dos direitos da criança e proteção à criança, além de ter a capacidade de responder a potenciais situações humanitárias”, disse a organização, ao acrescentar que tinha 46 pessoas trabalhando nas cidades de Manágua e Matagalpa.

Também entre as 11 organizações que foram “dissolvidas voluntariamente” estão a Fundação Missionária Cristã Ebenezer, a Associação da Igreja Batista Fundamental de Matagalpa e a Fundação Ajuda para a Nicarágua.

Quatro das 15 organizações foram canceladas “por não cumprirem com suas obrigações”: a Fundação Casa Nicaraguense de Espiritualidade, Cultura, História, Antropologia, Arqueologia e Arte; a Associação de Serviços Integrais para Mulheres; a Fundação Ministério Pentecostal Cristo Está Vindo; e a Fundação Río Prinzapolka.

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A decisão de cancelar as 15 organizações foi comunicada por meio de dois decretos aprovados por María Amelia Coronel Kinloch, ministra do Interior.

Em 2024, o regime cancelou cerca de 1,7 mil organizações sem fins lucrativos. Só em 19 de agosto do ano passado, o regime fechou 1,5 mil organizações, das quais 678 eram entidades católicas e evangélicas.

Em seu relatório global de 2025, a organização evangélica International Christian Concern acusou o regime de usar o ministério do Interior do país para perseguir “centenas de igrejas, grupos de ajuda e outras organizações religiosas” e de fechar 315 organizações religiosas em 2023.