O papa Francisco fez a profunda pergunta de Jesus: "Crês nisto?", a cristãos do mundo todo num culto ecumênico de vésperas no último sábado (25) no momento em que católicos e ortodoxos se preparam celebrar a Páscoa na mesma data neste ano.

Ao falar na basílica de São Paulo Fora dos Muros na conclusão da 58ª Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o papa refletiu sobre o encontro de Cristo com Marta depois da morte de Lázaro, ao dizer que a esperança “ressurge das cinzas da morte”.

“Este terno encontro entre Jesus e Marta, que escutamos no Evangelho, ensina-nos que, mesmo nos momentos de desolação, não estamos sós e podemos continuar a ter esperança”, disse Francisco em sua homilia, centrada no tema da semana "Crês nisto?" (cf. Jo 11:26).

Francisco vinculou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos deste ano ao Jubileu 2025.

“Esta mensagem de esperança está no centro do Jubileu que iniciamos. O apóstolo Paulo, cuja conversão a Cristo recordamos hoje, dizia aos cristãos de Roma: ‘A esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado’ ” (cf. Rm 5, 5).

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Na cerimônia das vésperas, o papa disse que o foco de todo este ano jubilar está na esperança e coincide “providencialmente” com o 1.700º aniversário do Concílio de Niceia.

Francisco disse que a profissão de fé do concílio “vai para além de todas as divisões que feriram o Corpo de Cristo ao longo dos séculos”.

O prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos da Santa Sé, o cardeal Kurt Koch, falou ao papa Francisco antes da bênção apostólica. Ele citou a visita do papa em 2014 ao patriarca ecumênico Bartolomeu I em Constantinopla, em que Francisco disse que “a Igreja Católica não pretende impor quaisquer requisitos, exceto a profissão de fé comum” para alcançar a unidade plena.

Essa esperança pela unidade ganhou força nos últimos meses. Em novembro do ano passado, o patriarca ecumênico Bartolomeu de Constantinopla confirmou conversas em andamento entre representantes da Igreja sobre o estabelecimento de uma data comum para a Páscoa, potencialmente começando em 2025.

“Nesta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, também podemos viver o aniversário do Concílio de Niceia como um convite a perseverar no caminho rumo à unidade. De modo providencial, este ano, precisamente durante o aniversário ecumênico, a Páscoa será celebrada no mesmo dia tanto no calendário gregoriano como no juliano. Renovo o meu apelo para que esta coincidência sirva de estímulo a todos os cristãos para darem resolutamente um passo rumo à unidade, em torno duma data comum, uma data para a Páscoa”, disse o papa Francisco.

Ao destacar o momento “providencial”, o papa disse que a Páscoa cairá na mesma data nos calendários gregoriano e juliano este ano.

“Recuperemos as raízes comuns da fé, preservemos a unidade”, exortou Francisco.

Representantes de várias igrejas cristãs e comunidades eclesiais presentes em Roma participaram da celebração noturna, incluindo o metropolita Policarpo, representando o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, e o arcebispo Ian Ernest, da Comunhão Anglicana, que está concluindo seu serviço.