Emil Joseph Kapaun, capelão militar do Exército dos EUA, que nasceu no Estado americano do Kansas, foi declarado venerável ontem (25) pelo papa Francisco.

O papa se encontrou na segunda-feira (24)  com o Secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, e o atual substituto para assuntos gerais da Secretaria de Estado, dom Edgar Peña Parra, no Hospital Gemelli, onde está atualmente passando por tratamento médico, para aprovar decretos do Dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé para seis homens e uma mulher a caminho da santidade.

Kapaun é um dos cinco servos de Deus proclamados veneráveis ​​pela Igreja. Os outros são o leigo italiano Salvo D'Acquisto, padre espanhol do século XIX, Michele Maura Montaner, o ​​padre italiano Didaco Bessi, e a leiga polonesa Kunegunda Siwiec, que morreu em 1955.

Francisco aprovou Kapaun e D'Acquisto com base em sua "oferta de vida". Em 2017, o papa introduziu a categoria "oferta de vida" para as causas dos santos, que reconhece os que perseveraram em seguir de perto a vida e as doutrinas de Jesus Cristo e servir aos outros "voluntária e livremente" até a morte.

Kapaun nasceu em Pilson, Kansas, em 20 de abril de 1916, e foi ordenado padre pela diocese de Wichita em 9 de junho de 1940, depois de concluir estudos teológicos no Seminário Kenrick em St. Louis.

Depois de servir como pároco em sua paróquia natal e como capelão auxiliar na base aérea do Exército dos EUA em Herington, Kansas, Kapaun discerniu um chamado para ministrar aos militares. Em 1944, ele recebeu permissão do bispo de Wichita, dom Christian Winkelmann, para se tornar capelão do Exército dos EUA.

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Fora dos EUA, Kapaun foi designado para postos na Birmânia (atual Mianmar) e Índia, nos anos finais da Segunda Guerra Mundial, e na Coreia, depois do início da Guerra da Coreia em junho de 1950. Lá, ele levou os sacramentos às tropas, cuidou dos feridos e rezou com os soldados nas trincheiras. Às vezes, celebrava a missa no campo de batalha usando o capô de um jipe ​​como altar improvisado.

Na Batalha de Unsan, em 1950, Kapaun foi capturado junto com outros soldados e levado para um campo de prisioneiros administrado por chineses em Pyoktong, Coreia do Norte. Enquanto estava lá, ele regularmente roubava comida para seus companheiros prisioneiros e cuidava de suas necessidades espirituais, apesar da proibição de oração.

Depois de ser levado para o que os prisioneiros chamavam de “casa da morte”, Kapaun morreu em 23 de maio de 1951, depois de meses de desnutrição e pneumonia. Antes de sua morte, Kapaun foi reconhecido por sua santidade e bravura enquanto estava em serviço ativo.

Em março de 2021, depois de 70 anos, os restos mortais de Kapaun foram identificados entre 866 outros soldados coreanos desconhecidos enterrados no Cemitério Memorial Nacional do Pacífico em Honolulu, Havaí, EUA. Esses restos mortais foram entregues às forças americanas em 1954 pela Coreia do Norte. A missa fúnebre de Kapaun foi celebrada em 29 de setembro de 2021, na Hartman Arena, em Wichita, Kansas, onde cerca de 5 mil pessoas se reuniram para lembrá-lo.

O papa Francisco também aprovou ontem (25) as canonizações de dois leigos: o beato José Gregorio Hernández Cisneros, da Venezuela, e o beato Bartolo Longo, da Itália. O papa convocou um consistório para preparar as próximas canonizações.