A Campanha da Fraternidade “não existe em outros países. É um 'jeitão' brasileiro de viver a Quaresma, unindo fé e vida”, disse o arcebispo de Campo Grande (MS), dom Dimas Lara Barbosa ontem (5), durante coletiva para apresentar a Campanha da Fraternidade 2025 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sobre ecologia integral.

Para dom Dimas, "existe um grupo que acha que a Quaresma deveria ser só aquele esquema clássico de jejum, oração e esmola”. O bispo classificou isso como Quaresma “raiz”.

“Tudo isso tem que ser feito? Sim”, disse dom Dimas. Mas existem muitas maneiras de se viver, por exemplo, o jejum. O jejum da língua. Você 'mata' uma pessoa com a língua. Não é só não comer carne e comer peixe".

Segundo dom Dimas Lara, todo ano a Campanha da Fraternidade traz “um tema de relevância social ou espiritual que, durante a Quaresma toda, nós levamos as nossas comunidades a refletir”.

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“Não se trata apenas de mais uma campanha sobre o meio ambiente, mas de uma campanha que quer levar reflexão sobre o ser humano no seu habitat total”, disse o arcebispo.

“Falando especificamente do meio ambiente, existe negacionista que acha o aquecimento global uma furada”, disse o bispo. “Talvez nossa geração não, mas para as futuras certamente as consequências serão sérias”.

Ele também disse que há polarização em relação à Campanha da Fraternidade.

“Quando se fala de direitos humanos, quando se fala de opção para os pobres, e mesmo quando se fala de meio ambiente, já se associa com ONGs que nem sempre são transparentes, ou com ideologias de esquerda, como se só comunistas se preocupassem com o pobre. Essa polarização afeta”, observou.