7 de mar de 2025 às 14:59
O rei da Espanha, Felipe VI, cumpriu a tradição da monarquia espanhola de aderir à devoção popular ao Cristo de Medinaceli, que ocorre há mais de 300 anos, na primeira sexta-feira de março.
O rei Felipe VI foi à basílica de Nosso Pai Jesus de Medinaceli, um dos sete templos que têm essa consideração em Madri, capital da Espanha, onde foi recebido pela comunidade da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos que rege o lugar.
É a terceira vez que o monarca presta homenagem à imagem desde que assumiu o trono da Espanha, em 2014. A primeira foi em 2018 e, depois, no ano passado. A tradição de ter um membro da família real espanhola presente na basílica na primeira sexta-feira de março surgiu em 1682.
Um Cristo resgatado
O Cristo de Medinaceli, também conhecido como Nosso Pai Jesus de Medinaceli ou Jesus Resgatado de Nazaré, é uma escultura de autoria anônima, mas atribuída à escola de Juan de Mesa, escultor da cidade de Córdoba, Espanha.
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Esculpida no século XVII, a imagem foi levada para a cidade de San Felipe de la Mamora, atual Mehdia, no Marrocos, para ser venerada pelos soldados que tomaram o local em 1614.
Anos depois, a cidade caiu nas mãos das tropas de um sultão e a imagem foi arrastada pelas ruas para zombaria. Um padre trinitário ofereceu em resgate o equivalente em ouro ao peso da imagem. Milagrosamente, quando a imagem foi pesada, a balança mostrou um resultado muito menor do que o esperado.
Levada para Madri em 1682, a imagem logo ganhou devoção e alguns anos depois foi criada em torno dela a Congregação dos Escravos de Jesus de Nazaré. O apelido “de Medinaceli” deve-se ao fato de terem sido os duques de Medinaceli que doaram o terreno onde foi construída a primeira capela.
A basílica, construída no local de um antigo convento trinitário, foi demolida em 1920. As obras de reconstrução foram concluídas dez anos depois.
Como Madri ficou do lado da facção republicana na Guerra Civil Espanhola, composta por socialistas, comunistas e anarquistas, os moradores da cidade esconderam a imagem, que foi descoberta. Depois de uma estadia na Suíça, a imagem retornou para a Espanha depois da guerra.
A imagem inspira a devoção de milhares de fiéis em todas as sextas-feiras ao longo do ano.
