24 de mar de 2025 às 15:48
"O Santo Padre nos mostrou que a vida também é marcada pela fragilidade, e que a fragilidade não deve ser rejeitada, não deve ser descartada", disse o presidente da Pontifícia Academia para a Vida (PAV), dom Vincenzo Paglia, na apresentação da conferência internacional sobre longevidade promovida pela Santa Sé.
O papa esteve internado de 14 de fevereiro até ontem (23) no Hospital Policlínico Agostino Gemelli.
A conferência Cúpula de Longevidade do Vaticano: desafiando o relógio do tempo, organizada pela Pontifícia Academia para a Vida, discute o envelhecimento a partir de uma perspectiva ética, científica e social.
Na apresentação do evento, o arcebispo italiano destacou que o papa Francisco, de 88 anos, propôs em sua convalescença no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, que agora continuará pelos próximos dois meses no Vaticano, "um magistério extraordinário não com palavras, mas com o corpo, e nos diz a todos que somos todos irmãos e irmãs, que devemos cuidar uns dos outros".
"Alguém disse que o papa não fala; Ele não fala com a boca, porém o ensinamento que ele nos deu nesses dias no hospital com o uso do corpo é uma grande demonstração da importância dos idosos que não conseguem sair da doença", disse dom Paglia.

Para o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, o papa Francisco "nos lembra que a voz dos frágeis é uma voz que deve nos ensurdecer, porque nos lembra que não somos órfãos".
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O arcebispo disse que o papa Francisco, "com sua atual fraqueza física, está mostrando que as pessoas mais velhas e mais fracas ainda podem dar muito à sociedade e não devem ser marginalizadas".
Dom Paglia disse também que o papa Francisco é "o primeiro papa na história que está comprometido com uma espiritualidade dos idosos".
"Com suas poucas palavras na oração do meio-dia de domingo, Francisco mostrou que está comprometido com a proximidade com o próximo", disse também o presidente da PAV.
Respondendo a um jornalista sobre a conveniência de estabelecer um limite de idade para o cargo de papa, dom Paglia ressaltou que, ao longo da história da Igreja, sempre houve papas que tiveram que lutar contra doenças.
Assim, o arcebispo convidou os fiéis a não ver o papado só no "nível funcional".
"A Igreja não se guia pelos pés, mas pela cabeça e, sobretudo, pelo coração", disse também o presidente da PAV.
"Acho que o papa Francisco realmente representa o que achamos que deve acontecer com todos os idosos", disse o arcebispo italiano que liderou um movimento na Itália para considerar o envelhecimento não só como um fenômeno biológico, mas como uma oportunidade para valorizar os idosos na sociedade.