MADRI, 28 de mar de 2006 às 15:02
O Arcebispo do Valladolid, Dom Braulio Rodríguez Plaza, denunciou que os governantes espanhóis "há 20 anos estão abandonando suas funções frente a milhares de possíveis cidadãos que não conseguem se integrar ao mundo exterior porque um aborto o impede".Em sua Carta Pastoral, o Prelado lembrou"o dado arrepiante dos 85 mil abortos perpetrados na Espanha em 2004" e acusou o Estado desta situação como titular da "potestade e dever de velar pela integridade física dos cidadãos".
A este respeito, o Arcebispo destacou que o rechaço dos cristãos ao aborto é "não só porque tenhamos uma fé que não o aceita, mas sim porque raciocinando não se entende".
"É um despropósito dizer que a aceitação do aborto, ainda que apoiado nos supostos casos de despenalização pelo Estado, seja um sinal de avanços sociais de acordo com o mundo em que vivemos", expressou o Arcebispo acrescentando que não se trata de um assunto de legalidade, nem de progresso social, mas sim de respeito à vida.
Ao finalizar sua reflexão sobre o aborto, o Arcebispo se referiu às mulheres que "se viram inclinadas ao aborto pela pressão do ambiente e a falta de alternativas". A todas elas, Dom Rodríguez enviou uma "mensagem de esperança" e expressou sua aposta por "projetos ou centros de atenção às mães e por oferecer a elas alternativas em caso de gravidez".
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Crítica à Lei de Reprodução Assistida
Em sua missiva, o Prelado também criticou a recém aprovada Lei de Reprodução Humana Assistida ao assinalar que "mostra um nulo respeito pelo embrião e inclusive chega a utilizar o conceito acientífico de pré-embrião".
A respeito, Dom Rodríguez lembrou as palavras do Papa Bento XVI aos membros da Academia da Vida, nas quais asseverou que "a Bíblia mostra o amor por cada ser humano, antes inclusive de que se forme no seio da mãe".
"O amor de Deus para todo ser humano é válido desde o início da vida do embrião antes de que se implante no seio materno", explicou o Arcebispo.