9 de abr de 2025 às 11:17
“A boa confissão começa sempre pelo exame de consciência”, disse o arcebispo emérito do Ordinariado Militar e presidente do Tribunal Eclesiástico de Brasília, dom Fernando Guimarães. O arcebispo fez uma reflexão sobre a Quaresma para os funcionários da cúria da arquidiocese de Brasília, ressaltando a importância do sacramento da confissão como preparação para a Semana Santa.
Dom Fernando pontuou “três elementos essenciais” que “se encontram no sacramento da confissão” para os fiéis receberem “o perdão divino”.
O primeiro, segundo o bispo, é “o arrependimento sincero do pecado cometido”, chamado “contrição”. O segundo é “a acusação desse pecado a Cristo”, na pessoa do sacerdote e o terceiro é “a absolvição de Cristo que passa pela igreja”. “Esses três elementos constituem a essência do sacramento”.
Dom Fernando Guimarães ainda disse que é durante “um bom exame de consciência” que o fiel “se coloca diante de Deus”, com sua “consciência e a verdade de Deus". Aí se pergunta como está a relação com a “fé, com relação aos mandamentos de Deus, com relação à caridade”. Depois desse bom exame de consciência vem “o momento da confissão”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
“É muito importante a gente perceber” que “não se trata de contar uma novela”, diz o arcebispo.
“Tem gente que chega para confessar, até a gente descobrir qual é o pecado do cara. Enrolou, rodou, rodou. Não! Confissão a gente diz: Padre, eu peguei. Quais são os meus pecados? Foram esses, esses, esses. De maneira simples, mas é a expressão do resultado do exame de consciência que eu fiz”, enfatizou dom Fernando Guimarães. “Estou falando dos pecados mortais, se a gente tem, e também dos pecados veniais que a gente pode cometer. Às vezes a gente não tem matéria grave e, graças a Deus, para contar, mas nós temos coisas, imperfeições e infidelidades menores, que a gente também pode acusar na consciência”.
O bispo ainda lembrou que ao final da confissão, “depois da acusação” dos pecados, “o confessor impõe uma penitência” que “deve ser uma reparação dos pecados cometidos” e “às vezes, o confessor pode dar uma penitência que aparentemente é pequena, é mínima, mas a gente fazê-la com o coração, sabendo que através dela a gente está se reconciliando”, “está dizendo a Deus que eu me arrependo do que foi”, e dizendo: "me trate como um dos teus empregados", Deus diz: “Eu te trato como um filho".
“O direito canônico não conhece a pena de vingança da sociedade, só conhece a pena medicinal, quando a igreja aplica uma pena, é para ajudar o apenado a se corrigir”, destacou dom José. “Tanto assim, que quando ele se arrepende, tanto volta a pertinácia. O direito existe que a gente retire a pena. Bem, e aí então vem a absolvição e o perdão. Liberta a absolvição, o penitente da culpa espiritual restaura a sua amizade com Deus e com a igreja. Então, este é o sacramento. Vamos aproveitar do nosso tempo quaresmal para crescer na experiência da misericórdia de Deus”.