15 de abr de 2025 às 08:52
O bispo de Araguaína (TO), dom Giovane Pereira de Melo, publicou uma nota sobre o episódio que aconteceu no sábado (12), quando um juiz participou da inauguração de um centro de quimbanda e se falou como representante da Comissão Justiça e Paz do Regional Norte 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Segundo o bispo, tal comissão não pode falar em nome da conferência.
“Somente fala em nome da CNBB, conforme seu estatuto, a presidência da CNBB ou seu Conselho Permanente. Representa e fala em nome da diocese de Araguaína, o seu bispo diocesano ou alguém delegado por ele. Em relação ao Regional Norte 3, compete à presidência ou aos bispos do Norte 3, conjuntamente, falarem em nome do Regional. Assim, a Comissão Justiça e Paz, organismo ligado ao Regional Norte 3 da CNBB não tem o poder de falar em nome dessas instituições”, disse dom Giovane em nota publicada hoje (15).
No evento de sábado, o juiz do Trabalho aposentado Leador Machado foi apresentado como “representante da Comissão Justiça e Paz da CNBB”. “Ele representa dirigentes da Igreja Católica”, disse a pessoa que o apresentou.
O próprio Leador disse que faz “parte de um grupo que se chama Comissão Brasileira de Justiça e Paz, que é um grupo ligado à CNBB”. Trata-se, segundo ele, de “um grupo ecumênico”. O juiz disse que foi à inauguração do centro depois de ficar sabendo de “agressões” que o local havia sofrido.
Em nota, o bispo de Araguaína reconheceu que a presença do juiz como membro da Comissão Justiça e Paz no evento “causou escândalo e conflitos entre os fiéis”.
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O bispo ressaltou que “a Igreja Católica em Araguaína é consciente da sua missão de salvaguardar a coerência da doutrina católica” e que “o magistério eclesiástico assegura a liberdade de culto”. Disse ainda que a diocese “não compactua com a intolerância religiosa”.
“Urgente para uma sociedade plural, o diálogo inter-religioso funda-se no desejo de Deus colocado no coração do homem (Catecismo da Igreja Católica, 27), no cuidado com a Casa Comum (Laudato Si, 7; Laudate Deum, 61), na fraternidade universal e a paz (cf. Fratelli Tutti, 237), em postura de diálogo e respeito, mas não em substituição ou equiparação da revelação cristã com outras religiões (cf. Dominus Iesus, 21)”, disse.
O bispo também afirmou na nota que “a nossa tradição católica é Jesus Cristo, Salvador e Redentor da humanidade e o projeto do Reino de Deus”. Ele exortou “os fiéis católicos de Araguaína a darem o bom testemunho desta fé, respeitando sempre a liberdade religiosa daqueles que não estão em plena comunhão conosco”.
Por fim, determinou que a nota de esclarecimento fosse publicada no site oficial e nas redes sociais da diocese e que também seja lida “aos pastores e fiéis na Missa do Crisma, no dia 15 de abril de 2025, na Catedral Diocesana de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”.