Um grupo do ONGs feministas, lideradas pela organização anti-vida PROMSEX, está a ponto de obter a legalização do aborto mediante uma manobra amparada pelo Ministério de Saúde, denunciou nesta quarta-feira o Diretor para a América Latina do Population Research Institute (PRI), Carlos Polo.

Conforme revelou Polo durante uma entrevista concedida à emissora nacional Radio Programas do Peru (RPP) a PROMSEX teria conseguido se infiltrar no Ministério de Saúde, talvez com a aceitação da Ministra Pilar Mazzetti, um Protocolo Nacional que na prática ampliaria o aborto terapêutico a um número praticamente ilimitado de casos.

No Peru o aborto só é descriminalizado em caso de risco de vida ou de grave risco para a saúde da mãe. Mas mediante a "interpretação" do Ministério da Saúde impulsionada pelo grupo feminista, terminaria aplicando o conceito de "grave risco" a qualquer situação médica, com o que o aborto poderia se aplicado simplesmente se a mulher alegar "danos psicológicos".

Além disso, conforme revelou Polo, o aborto poderia ser realizado praticamente em qualquer centro de saúde e por qualquer médico cirurgião; e nenhum médico teria direito à objeção de consciência.

Polo explicou que a estratégia já tinha sido revelada por Jennie Dador, uma feminista do grupo Manuela Ramos, um dos principais grupos feministas que querem legalizar o aborto e apresentadora do programa televisivo "Barra de Mujeres".

Dador, em uma entrevista publicada pelo PROMSEX, admite que as ONGs feministas estão trabalhando em um Protocolo Nacional para a aplicação do aborto terapêutico e que este se encontra "bastante avançado".

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Até o momento, o Ministério da Saúde se negou a dar razão da existência do Protocolo. "Pergunta-a –diz Polo– é como uma ONG que promove o aborto se encontra tão bem informada deste documento que abriria o aborto em nosso país".

Em uma conversa posterior com a ACI Imprensa, o Diretor regional do PRI assinalou que "várias ONGs anti-vida mostraram sua aproximação ao Ministério da Saúde, mas não sabíamos do nível de infiltração. As principais ONGs que promovem o aborto no Peru têm um programa claro: introduzir o aborto no Peru como ‘um direito à saúde da mulher’, esquecendo totalmente o direito à vida de que está por nascer".

Polo destaca "a imensa simpatia que teve a gestão de Mazzetti para a International Planned Parenthood Federation (IPPF), o maior fornecedor de abortos no mundo, que em agosto do ano passado concedeu uma medalha na Cidade do México à Ministra por ‘seus visionários e bem-sucedidos esforços’ para legalizar a ‘pílula do dia seguinte’ no Peru".

"Há um lobby muito forte por detrás que agora vê a oportunidade de deixar uma bomba no final do Governo do Presidente Toledo, da mesma forma como fizeram com a Anticoncepção Oral de Emergência no governo do Presidente Valentín Paniagua: assinaram uma resolução Ministerial no último minuto aproveitando que a atenção geral está nas eleições".

Segundo Polo, "seria ingênuo pensar que tudo isto é casualidade. chama-se lobby e a Ministra Mazzetti estaria dando sua aprovação".

"Por isso exigimos que Ministério da Saúde diga se existe esse Protocolo e se está ampliando as razões do aborto terapêutico e como a Sra. Jennie Dador, membro de uma ONG pro-aborto, que não é membro do Ministério de Saúde, conhece sua existência e conteúdo", concluiu.