MONTEVIDÉU, 18 de abr de 2006 às 16:58
O Presidente da Conferência Episcopal Uruguaia (CEU), Dom Pablo Galimberti, propôs aos Governos da Argentina e Uruguai recorrerem conjuntamente à Corte Internacional de Haya para encontrar uma solução para o problema das indústrias papeleiras instaladas no território de fronteira uruguaia e que são rechaçadas pelos argentinos.“Enviaram a mim um grupo de políticos que de vários partidos e uma propuesta. Em vez de os governso irem a Haya, cada um ir reclamar de forma individual uma intervenção deste alto tribunal internacional, por que não vão os dois juntos como irmãos que têm uma diferença?”, declarou o Prelado à Rádio América.
O também Bispo de San José de Mayo disse que “o importante é que haja uma vontade de encontro”. Nesse sentido destacou as palavras do Presidente argentino Néstor Kirchner, que dias atrás disse que lhe agradaria que representantes da Igreja em ambos países participassem como mediadores.
“Estamos todos atentos para acolher qualquer sinal. Neste sentido, as palavras do Presidente Kirchner foram um sinal que introduziu uma novidade neste cenário”, disse o Prelado.
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Dom Galimberti disse que as autoridades uruguaias “praticamente não deram sinal algum”. “Ontem à noite escutava em um noticiário que pessoas ligadas ao Governo não viam com muito entusiasmo que este fosse o caminho. Não explicavam o por quê, mas diziam que o caminho era de caráter legal”, indicou.
Por isso, pediu “ter cautela” porque “dizer que esta vai ser a solução é ter uma pretensão desmedida”. Lembrou que uma mediação “sempre depende de várias partes”.
Finalmente, o Presidente da CEU anunciou que na segunda-feira os bispos uruguaios se reunirão em uma assembléia prevista de antemão para o tempo de Páscoa, onde analizarão a situação que, reconhecem, “é diferente à argentina”.