BOGOTÁ, 27 de jul de 2004 às 15:28
Após o recente seqüestro do Bispo de Yopal, Dom Misael Vacca Ramírez, por guerrilheiro do Exército de Libertação Nacional (ELN), diversos bispos colombianos expressaram sua “solidariedade e acompanhamento espiritual” ao Prelado e advertiram que o fato afeta diretamente o processo de paz no país.
A Conferência Episcopal Colombiana (CEC) expressou em um comunicado que “reafirmamos nossa posição de total reprovação ao seqüestro de toda pessoa, e o condenamos como um crime detestável que viola os direitos fundamentais da vida e da liberdade”.
“Reiteramos aos grupos à margem da lei para que procedam a libertação de todas as pessoas retidas”, acrescentaram os bispos.
O Arcebispo de Medelim, Dom Alberto Giraldo, lembrou que desde junho passado delegados do Governo e do ELN mantêm contatos em busca de reativar as conversações de paz bilaterais, suspensas desde o início de 2003. “Estamos pensando em uma possível negociação; não fechemos as portas a uma negociação. Esta classe de fatos fecha as portas”, ressaltou o Prelado.
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Do mesmo modo, o Arcebispo de Tunja e vice-presidente da CEC, Dom Luis Augusto Castro, afirmou que o ELN é “um grupo ao qual se teve uma aproximação, um grupo de bispos dialogou na semana passada e pensava-se que a atitude era mais positiva para com o Episcopado”.
Com relação à suposta mensagem que os guerrilheiros enviarão através do Bispo seqüestrado, Dom Castro advertiu que “se trata talvez do desejo de enviar alguma mensagem política, mas os meios são totalmente injustificados para os fins que se propõe”.
O Arcebispo de Barrancabermeja, Dom Jaime Prieto, explicou também que os contatos com a organização rebelde buscam “identificar o grupo de seqüestradores como um dos grupos do ELN”.
Por sua vez, o secretário do Episcopado, Dom Fabián Marulanda, confirmou que Dom Vacca realizava “trabalho de aproximação entre um dos grupos armados ilegais”.