CARACAS, 28 de abr de 2006 às 14:49
O Primeiro Vice-presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Roberto Lückert, recordou ao Fiscal Geral, Isaías Rodríguez, que o caso a ser investigado não é a vida privada do Pe. Jorge Piñango mas sim seu assassinato.O Prelado indicou que os bispos só dirigem a informação que sai na imprensa. “Até agora não sabemos maiores detalhes, salvo as coisas que diz o senhor Fiscal, entre as quais quer enlodar e emporcalhar ainda mais o inquérito”, denunciou.
Assinalou que o Episcopado não pede “concessões com a verdade” porque “entendemos o que diz a escritura: a verdade nos fará livres e quanto mais claridade, mais amizade”.
O também Arcebispo de Coro esclareceu que até o momento as autoridades não se contataram com a CEV. Indicou que só o Arcebispo de Cumaná, Dom Rafael Padrón, fez-se presente para reconhecer o cadáver.
Por sua vez, o Presidente do Episcopado, Dom Ubaldo Santana; e o Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa, apoiaram as declarações de Dom. Baltazar Porras e Dom. Lückert, questionados pelo Isaías Rodríguez por defender o nome do até então Subsecretário da CEV.
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“Ratificamos nossa unanimidade em torno do comunicado e não queremos que misturem isto com nenhum outro assunto de caráter político, e muito menos com o assunto de caráter eleitoral, nem o que tenha passado em outros momentos. Queremos manifestar nosso apoio a Dom Baltazar Porras e Roberto Lückert”, assinalou o Cardeal Urosa.
O Cardeal indicou que não ofereceria uma resposta a cada afirmação que se faça. Explicou que “não podemos estar neste contraponto” e que o comunicado do Episcopado “foi extremamente claro, queremos que se estabeleçam as responsabilidades a que haja lugar e confiamos em que os organismos façam seu trabalho transparentemente”.
Dom Santana, por sua vez, disse que as contradições entre o Fiscal Geral e o diretor do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC), Marcos Chávez, põem em evidência “que são os mesmos poderes públicos e todos os que estão envolvidos na investigação, os que devem ficar de acordo entre si”.
“A investigação deve ir até as últimas conseqüências e estamos dispostos a acatar os seus resultados. Os porta-vozes devem dar exemplo de equanimidade”, afirmou.
Por outro lado, Isaías Rodríguez anunciou que poria seu cargo à disposição da Assembléia Nacional se a verdade for desvirtuada no caso do sacerdote Jorge Piñango. O Fiscal Geral rejeitou as declarações dos bispos.