HONG KONG, 2 de mai de 2006 às 14:08
O Cardeal Joseph Zen de Hong Kong, sugeriu nesta terça-feira que a Santa Sé devesse suspender todo diálogo diplomático com a China, como reação à decisão unilateral das autoridades chinesas de ordenar um bispo cismático sem aprovação do Vaticano.O Cardeal Zen assinalou que o Vaticano tinha solicitado um pouco mais de tempo para corroborar as qualidades do recentemente ordenado MA Yinglin como bispo de Yunnan, mas a China se negou.
Pequim se prepara para ordenar na quarta-feira outro bispo cismático para a autodenominada "Associação católica patriótica a China", Liu Xinhong, para a província oriental de Anhui; pesar de que, segundo o Cardeal, o Vaticano não o considerou competente para o cargo.
O direito da Igreja de nomear os bispos é um dos pontos críticos no diálogo entre o Governo da China comunista e a Santa Sé no diálogo encaminhado a restabelecer as relações que o governo de Mao Tse Tung rompeu em 1951.
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“Deve haver algum tipo de explicação da parte do governo antes de seguir adiante com as conversações”, disse o Cardeal Zen.
Em uma entrevista ao jornal de Hong Kong “South China Morning Post” o Cardeal disse que o diálogo “não pode continuar porque as pessoas podem pensar que estamos dispostos a nos render. Não podemos ceder. Quando se põe à frente de maneira tão brutal este tipo de ‘atos consumados’ Como se pode chamar isto de diálogo?”.
O Cardeal afirmou, por outro lado, que não acredita que o Governo chinês esteja completamente envolvido neste esforço para desafiar o Vaticano nomeando novos bispos; mas sim que se trata de uma jogada do Vice-presidente da “associação patriótica”, Liu Bainian para exercer o poder que perderão no dia que as relações China-Vaticano se restabeleçam.
“Duvido que isto venha do vértice da liderança. Não acredito que seriam capazes de fazer algo insensível”, indicou o Purpurado.