HONG KONG, 9 de mai de 2006 às 14:54
O Cardeal Joseph Zen Ze-kiun, Arcebispo de Hong Kong, assinalou que a decisão da cismática Associação Patriótica Católica chinesa de nomear dois bispos sem a aprovação da Santa Sé marca um "grave retrocesso", inclusive depois da ordenação de um novo bispo fiel ao Vaticano.No domingo passado, Dom Paolo Pei Junmin foi ordenado Bispo de Shenyang, a maior cidade do nordeste do país, em meio a uma gritaria e uma multidão que contrastou com a silenciosa ordenação dos dois bispos impostos pelo governo chinês excomungados por Roma.
Liu Bainian, Vice-presidente da Associação Patriótica e considerado o arquiteto da política de confronto com o Vaticano, disse à agência Associated Press que a Igreja na China "não teve contato com o Vaticano" antes da ordenação de Pei Junmin; tratando assim de reiterar a reclamada independência da "igreja oficial" repeito à Roma.
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No domingo, a televisão a cabo de Hong Kong mostrou Dom. Pei saindo da catedral Nanguan de Shenyangen em meio de uma alegre multidão que teve que acompanhar a cerimônia em dois telões. À ordenação assistiram religiosos da Alemanha, Coréia do Sul, Taiwan e Estados Unidos, país onde estudou para o sacerdócio.
O Cardeal Zen, um forte crítico do governo comunista chinês mas ao mesmo tempo considerado como uma figura chave no restabelecimento de relações entre o Vaticano e a China, assinalou que as ordenações não aceitas pela Santa Sé "são um grave passo atrás no processo de negociação que começou depois da morte de João Paulo II".
"Isto é muito sério. (A decisão) destruiu completamente o progresso no processo de negociação", disse o Cardeal chinês.