WASHINGTON DC, 26 de mai de 2006 às 17:49
Um estudo do Centro para a Liberdade Religiosa (CLR) explica que os textos dos colégios públicos da Arábia Saudita ainda promovem a intolerância a religiões diferentes do Islã, apesar de pronunciamentos oficiais sobre o assunto.Nina Shea, principal autora do estudo e diretora do CLR, assinalou que "não se trata apenas de mensagens de ódio que aparecem aqui e lá, mas sim da ideologia que percorre a totalidade do texto", e explicou que todo o currículo conduz a uma ideologia de "nós contra eles". Por exemplo, a um menino de primeiro grau de primário se ensina que "toda religião diferente do Islã é falsa", enquanto que um de quinto ano aprende que "é proibido um muçulmano ser amigo leal de alguém que não acredita em Deus nem em seu profeta (Maomé), ou alguém que lute contra o Islã".
Os diversos autores do estudo trabalharam baseados em doze livros de texto sobre história e religião utilizados em escolas primárias na Arábia Saudita e escolas sauditas em Washington, Londres e Paris, e relataram que o currículo inclui sistematicamente o tema de "ódio aos não-crentes", especialmente aos cristãos, judeus, hindus e ateus, mas sem deixar de lado a xiitas e outros muçulmanos não seguidores do ortodoxo ensinamento Wahhabi do Islamismo.
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O Embaixador saudita nos Estados Unidos, Príncipe Turki Al-Faisal, publicou um comunicado em resposta ao relatório, assinalando que existem "centenas de livros em revisão para que se adaptem aos novos requerimentos do currículo".
Deste modo assinalou que o objetivo do sistema educativo saudita "é o de combater a intolerância e preparar a juventude, dando-lhe o conhecimento e as aptidões para competir na economia global".
O monarca saudita, Rei Abdullah, considera a reforma educativa uma prioridade, entretanto, os encarregado de levá-la adiante continuam enfrentando dificuldades devido à resistência por parte de uma minoria de conservadores religiosos. Depois do 11 de setembro de 2001, o sistema educativo do país foi exaustivamente revisado e criticado por seu extremismo. Desde Então, o Governo saudita enfrentou pressões dentro e fora para reformar as escolas.