O Bispo Auxiliar do Santiago, Dom Cristián Contreras Villarroel, lembrou os chilenos que "nem tudo em nossa sociedade pode estar apoiado nas relações econômicas" e os alentou a valorizar o domingo como Dia do Senhor.

Em um artigo titulado "El día Domingo" e publicado pelo jornal El Mercurio, Dom Contreras relembrou a história da celebração dominical na Igreja e esclareceu que não se trata de uma "imposição da cultura cristã".

 "Para os crentes devia ser um ponto central do discernimento a respeito do que faz com sua vida e com a dos outros. E para toda pessoa humana, o domingo é um dado de sua constituição limitada que necessita do descanso semanal, mas também de sua estrutura religiosa, social ou familiar e de seu caráter lúdico", indicou.

"Isto significa que no domingo deve-se abster de todo trabalho? Não, de modo algum. O que aconteceria por exemplo com a atenção aos doentes nos hospitais e nas clínicas ? O que aconteceria se serviços como as padarias, os transportes públicos os postos de gasolina parassem com seus trabalhos? O que aconteceria se não funcionassem os cinemas ou não houvessem jogos de futebol? Também no domingo necessitamos de serviços de informações em rádio, jornais e televisão", esclareceu.

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Do mesmo modo, precisou que "para a vida contemporânea são necessários hoje em dia os serviços e os lugares de diversão; é necessário que eles sirvam à estrutura fundamental do ser humano, a suas necessidades naturais e que permitam um compartilhar em família. Para isso nossa cultura criou o termo ‘estar em turno’, mas mantendo o domingo como um dia saudável para o descanso e no caso dos crentes também para religar-se com sua origem: Deus".

O Bispo precisou que "nem tudo em nossa sociedade pode estar apoiado nas relações econômicas. O ser humano é mais que sua capacidade de fazer negócios. O econômico não pode dominar o desejo profundo da pessoa humana de descansar, de estar consigo mesma, de relacionar-se com sua família e com o Senhor".

"A experiência dos países economicamente mais desenvolvidos mostra que é absolutamente humano –justo e necessário– guardar um tempo privilegiado para cultivar a vida familiar, o encontro gratuito com outros e o ócio em oposição ao negócio ou trabalho do resto da semana. Para a estrutura fundamental da pessoa humana, o domingo é um presente e um direito", concluiu.