MÉXICO, 3 de ago de 2004 às 19:04
O Comitê Nacional Pró-Vida A.C. denunciou que tanto o diário Reforma como a rede Televisa enganaram a população com falsas acusações que desprestigiam o trabalho deste grupo a favor da vida.
Segundo a presidenta do Comitê, Rocio Gálvez de Lara, este organismo cumpriu cabalmente o compromisso que assumiu com a Secretaria da Saúde em janeiro de 2003 para empregar 30 milhões de pesos autorizados pela Câmara de Deputados, na fundação de centros de ajuda para a mulher que permitem que milhares de mulheres evitem o aborto.
Durante cinco dias consecutivos, o jornal Reforma publicou em primeira página e uma página completa no suplemento Enfoque, repleto de reportagens que sustentam que a Pró-Vida apresentou notas fiscais alteradas, desviou recursos, “com canetas caras e biquínis” e gastou dinheiro estatal em um salão de eventos.
O que o jornal não disse é que o convênio assinado entre o Comitê e a Secretaria indicava que Pró-Vida fundaria dez centros de ajuda e evitaria cinco mil abortos no ano. “Ao terminar o ano 2003, Pró-Vida ultrapassou as metas combinadas. Funda doze centros e evita 7.280 abortos”, explica Gálvez e acrescenta que em abril deste ano foram entregues notas fiscais por 31 milhões de pesos gastos, mais do que combinado.
Gálvez acrescenta que após a revisão das faturas, “se encontraram cinco que não correspondiam aos gastos do programa, entre elas as correspondentes a canetas Mont Blanc, capacitações realizadas em um salão de eventos chamado Castilho de Branstoc e outras ajudas a instituições de pessoas paralíticas”. Em junho, Pró-Vida solicitou a devolução destas faturas para que não sejam consideradas gastos oficiais em um trâmite válido e normal. E tudo isto era do conhecimento das repórteres do jornal Reforma que chegaram a Pró-Vida para pedir a informação que deu pé à manipulada reportagem.
Gálvez denuncia que o jornal Reforma difamou a Pró-Vida, porque “a organização não cometeu delito algum, as faturas das canetas já haviam sido retiradas da contabilidade entregue à Secretaria e isto já era sabido pelas repórteres, o dos biquínis não foi um desvio mas um pretexto para gerar escândalo e desprestígio; e a nota fiscal correspondente ao salão de eventos Castilho de Branstoc, já havia sido retirado, o que também era de conhecimento das jornalistas”.
Sobre os biquínis
Gálvez explica que “no Programa de Ajuda à Mulher, existe uma quantia destinada para roupa e despesas para senhoras de poucos recursos. Em alguns casos são autorizadas a comprar artigos pessoais (de beleza, medicamentos, roupa íntima, etc.), e tais faturas são reintegradas. Uma senhora apresentou uma nota fiscal de 640 pesos pela compra de 3 biquínis de 34 pesos cada um, uma calcinha e um sutiã, adquiridos no Mercado de Mixcalco da Cidade do México. Esta nota fiscal foi coberta, e incluída na contabilidade e foi entregue à Secretaria da Saúde como está estabelecido no acordo”.
Ataques pela TV
Segundo a funcionária, Reforma publicou “informação falsa, incompleta e com uma tendência escandalosa e dolosa a fim de nos desprestigiar. Estas publicações deram margem a uma avalanche de ataques infundados em outros meios de comunicação”, como foi o caso da rede Televisa.
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Gálvez denuncia que “a partir de 27 de julho, durante quatro dias consecutivos, no noticiário de Joaquín López Dóriga, conduzido em sua ausência por Alejandro Cacho, dedicaram as primeiras manchetes a Pró-Vida e os Centros de Ajuda dando a entender que no de Cidade Nezahualcóyotl se praticam abortos, informação mediante a qual questionaram deputados, senadores e grupos sociais, inclusive de pró-abortistas, tratando de gerar irritação e indignação contra a Pró-Vida”.
“A diretora do Centro de Ajuda para a Mulher, Ma. Antonieta Reyes lhes concedeu uma entrevista para esclarecer a informação, que não foi transmitida, ao mesmo tempo em que no noticiário afirmaram que em Pró-Vida não havia quem mostrasse a cara”, esclareceu.
O que há por detrás?
Para Gálvez, o problema não termina na difamação, mas que há interesses concretos de grupos dedicados ao negócio do aborto para frear os pró-vida em seu esforço a favor dos não nascidos.
Um destes casos é o da organização internacional IPAS (www.ipas.org) dedicada a promover a legalização do aborto, comercializar equipamentos para a prática e dar capacitação para abortos mediante aspiração manual endouterina. Quando no ano de 2002 o aborto por determinados motivos foi legalizado no México DF, IPAS gerou acordos com a Secretaria da Saúde do DF para promover este último método.
Entretanto, há alguns dias os grupos que promovem o aborto no país manifestaram sua indignação porque desde o ano 2002 só foram praticados 20 abortos legais no DF, devido talvez a que com os recursos federais Pró-Vida atendeu a mais de 100 mães que haviam sido violadas e que decidiram ter seus bebês.
“Pensamos que para o IPAS e os grupos pró-aborto 20 abortos em um período de dois anos na maior cidade do mundo, não deve ser negócio”, disse Gálvez.
Outros aliados
A funcionária denunciou também que nesta campanha de desprestígio contra os pró-vida “estão tomando parte ativa grupos pró-homossexualismo, acostumados a receber os recursos governamentais e agora tentam gera descontento argumentando que estes estavam destinados ao atendimento para doentes de AIDS o que é falso”.
Por estes motivos, Gálvez pede aos católicos –aos que considera aliados na luta pela vida- que rezem “para que Nosso Senhor abençoe todas as pessoas que nos atacam e mova seus corações ao arrependimento e a conversão, e para que nós tenhamos a força e valor de continuar com esta que é Obra sua”.