BOGOTÁ, 4 de ago de 2004 às 12:28
A poucos dais de sua libertação depois de ser seqüestrado por membros do Exército de Libertação Nacional (ELN), o Bispo de Yopal, Dom Misael Vacca, fez um chamado à liberdade dos seqüestrados e afirmou que a “Colômbia merece a paz, merecemos uma pátria melhor na qual possamos trabalhar de maneira honrada e Ter um modo de viver fraterno”.
Durante sua participação no VI Congresso de Nova Evangelização –que reuniu 28 bispos, 4 arcebispos, 100 sacerdotes e 450 leigos de 36 delegaciones–, o Prelado expressou sua gratidão ao Papa João Paulo II, às autoridades da Igreja no mundo e todos os fiéis católicos que se uniram em oração por sua libertação.
“O tempo foi breve mas realmente angustioso, por isso dou graças a Deus por poder participar deste Congresso de Nova Evangelização. Com isso queremos responder a este desafio, que é exigência e chamado do Santo Padre a propagar o Evangelho nesta cultura que estamos vivendo”, afirmou o Bispo.
Dom Vacca explicou que “naquela situação não se é dono da própria vida e não se sabe em que pode terminar ou quando. Graças a Deus minha situação foi breve porque já na Segunda-feira às oito da manhã eu sabia que iria voltar, fiquei muito contente, mas estava tão cansado que não me senti com capacidade física e por isso preferi chegar na primeira hora da Terça-feira”.
“Aos que se encontram retidos por diversos grupos e pessoas, minha oração principalmente, eu desde aquele lugar prometi que se voltasse à diocese iríamos oferecer um dia no mês para organizar uma sagrada eucaristia por estas pessoas que estão seqüestradas e por suas famílias”, acrescentou o Prelado.
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Do mesmo modo, o Bispo elevou um chamado para que se trabalhe pela paz com os autores de violência. A “Colômbia merece a paz, não precisamos estar nesta situação de violência, de morte, de seqüestro e de famílias refugiadas, merecemos uma pátria melhor na qual possamos trabalhar de maneira honrada viva e ter um modo de viver fraterno”.
“Por isso convido as pessoas que empunham as armas ou acreditam que a violência é caminho para encontrar a paz, que realmente vejam que é o errado; que saibam acolher os diálogos sinceros, para que cheeguemos à paz que tanto necessitamos; por isso, o convite também às famílias para que oremos pela paz e peçamos ao Senhor que nos conceda esse Dom e que sejamos instrumentos de paz”, ressaltou o Prelado.
“Que não voltem a repetir estas retenções em nenhum colombiano, porque ao final toda pessoa tem sua dignidade por ser filho de Deus”, lembrou Dom Vacca e manifestou que continuará trabalhando em sua diocese pois o ocorrido não pode ser impedimento para seu trabalho pastoral.
Finalmente, o Bispo explicou que “a mensagem que estamos dando é a Igreja como sacramento de unidade e de comunhão e todos os assistentes sabem que se trata porque temos os mesmos planos de pastoral, trabalhamos com a mesma metodologia”.
“A Igreja sempre está atenta como especialista em humanidade, tal como diz o Papa, em tudo o que tem a ver com o homem e neste problema da guerra que vive a Colômbia estamos sempre em atitude de ser facilitadores”, afirmou o Prelado e acrescentou que “a Igreja continuará trabalhando e o anseio que temos é que todos os seqüestrados sejam libertados, que nossos queridos camponeses possam voltar a seus campos de trabalho porque hoje os vemos nas ruas mendigando e manifestando um problema social grave”.