Os organizadores do V Encontro Mundial das Famílias (EMF), que será presidido pelo Papa Bento XVI no próximo mês de julho, manifestaram seu desconcerto pela atitude da governamental Televisão Espanhola (TVE) que enquanto persiste em reclamar para tranmitir a visita papal, "destaca em seus informativos os grupos que estimulam à violência contra o Santo Padre".

Conforme informou a agência AVAN, a fundação organizadora do EMF mostrou sua "surpresa" pelo "empenho persistente" da TVE para que lhe "atribuam agora" o sinal de tranmissão da visita, mesmo com o sinal já concedido faz três meses para Radio Televisão Valenciana (RTVV).

Hoje terça-feira se produziu uma reunião na sede da Delegação do Governo na Comunidade Valenciana entre o Núncio Apostólico na Espanha, Dom Manuel Monteiro do Castro, o coordenador geral vaticano para as viagens do Papa, Alberto Gasbarri, o Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, o secretário geral da Presidência do Governo, Nicolás Martínez Fresno, e da diretora geral de informação internacional da Secretaria de Estado de Comunicação, Marina Gabriela Cañas, durante a qual repetiram o pedido.

Segundo fontes da organização do EMF citadas pela AVAN, "dá a impressão como se TVE e o governo não tinham se dado conta até agora da importância que ia ter a visita do Papa a Valência".

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Tanto a delegação vaticana como a fundação organizadora lamentaram" que "enquanto os representantes do Governo reclamavam insistentemente para a TVE o sinal institucional na reunião, no mesmo momento a mesma televisão abria seus informativos fazendo eco das ações dos grupos radicais de caráter violento que ameaçam o Papa e pedem o boicote a sua visita".

"É um deplorável paradoxo que se esteja reclamando poder transmitir a todo mundo a visita do Papa e, ao mesmo tempo, esteja sendo meio para incitar à violência e o desprezo à liberdade religiosa dos cidadãos", assinalaram as mesmas fontes.

Segundo AVAN, ante o "empenho contínuo e persistente" dos representantes do governo em obter o sinal institucional, o Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco defendeu "a capacidade de organização das instituições autônomas valencianas, o exercício da liberdade de atuação da fundação organizadora para preparar a cobertura mundial e a competência técnica e profissional do Canal-9 para garanti-la". Ao mesmo tempo manifestou seu desejo de "colaborar com a TVE em tudo o que seja necessário".