BUENOS AIRES, 9 de jun de 2006 às 12:19
A agência Notivida denunciou que o Governo argentino financiou através do Instituto Nacional de Cinema e Artes Áudio-visuais (INCAA) um documentário que promove o aborto com ataques blasfemos contra a Igreja Católica.
Conforme informou a jornalista Mónica del Río da Notivida, a produção titulada "O touro pelas hastes" dura 80 minutos e foi exibida na Legislatura de Buenos Aires por iniciativa da deputada Noemí Oliveto. O documentário recebeu o aplauso da militante abortista María José Lubertino e representantes das autodenominadas "Católicas pelo Direito a decidir", uma das associações entrevistadas no filme.
No documentário "não faltam blasfêmias: satiriza-se a Encarnação do Verbo e se apresenta a Santíssima Virgem como mais uma das mulheres que ao longo da história foi forçada a ficar grávida", assegura Del Río.
Del Río denunciou que o INCAA subsidiou o documentário com $240 mil pesos (quase 80 mil dólares) entregues a Susana Nieri, diretora e roteirista do mesmo. Nieri também "obteve uma carta de recomendação do Ministro da Saúde, Ginés González García, que lhe abriu as portas das secretarias de cultura das nove províncias nas quais filmou. As mesmas províncias onde agora se está exibindo; a semana passada se projetou em Mendoza, ontem (na terça-feira 6) se projetou na Cidade de Buenos Aires e se antecipou que em 18 de agosto a mostra se fará no Neuquen".
No documentário, Nieri -que confessou ter se submetido a um aborto aos 20 anos de idade- faz uma defesa fechada do aborto como "solução" para qualquer gravidez não esperada.
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Segundo Del Río, "o ataque à Igreja recrudesce nas cenas filmadas em Salta e em Córdoba. O problema de Salta explica a entrevistada é que ‘as pessoas humildes escutam aos párocos’. Em Córdoba se insulta a juíza Garzón de Lascano e sua sentença contra as ‘pílulas do dia seguinte’; se destaca deste modo ‘a pressão da Igreja’ e se mostra, entre outras coisas, a imagem do Papa Bento XVI com a lenda ‘O cruzado’".
O filme também inclui "um extenso diálogo entre o Ministro da Saúde e seu Vice-ministro, Graciela Rosso, onde, além de fazer o panegírico de sua gestão, reiteram a descrição ideológica da atualidade que usualmente usam para fundar a necessidade de descriminar o aborto".
Nieri revelou no debate posterior à projeção que "o objetivo é passar o filme nas escolas começando pela província de Río Negro com a qual já está se fazendo acordos. Durante o filme se reproduz uma entrevista à deputada María Inés García, autora, junto à Marta Milesi, do projeto sobre aborto não punível".
Atualmente, Nieri aguarda uma audiência com o Ministro da Saúde para projetá-la em todas as escolas do país.