VATICANO, 5 de jul de 2006 às 14:14
Ao continuar nesta quarta-feira a catequese sobre Jesus Cristo e a sucessão apostólica, o Papa Bento XVI abordou a figura do Apóstolo João, e assinalou que o discípulo amado nos ensina a confessar nossa fé sem temor.
"João é sempre parte do grupo que acompanha Jesus em determinadas ocasiões", disse o Santo Padre, "e na Igreja de Jerusalém ocupou um lugar relevante. Para Paulo é uma das ‘colunas’ da comunidade.
"No Sinédrio –seguiu o Pontífice– afirma: ‘Não podemos deixar de falar daquilo que vimos e ouvimos’. Esta franqueza ao confessar sua fé é um convite para todos nós a confessar decididamente nossa firme adesão a Cristo, antepondo a fé a todo interesse humano".
O Papa lembrou que segundo a tradição, "João é o discípulo predileto" que "está na Último Ceia", assim como "aos pés da Cruz ao lado da Mãe de Jesus"; e é "testemunha da presença do Ressuscitado".
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Por isso, continuou explicando o Pontífice, alguns exegetas o consideram "o protótipo do discípulo de Jesus", que deseja "fazer de cada um de nós um discípulo que vive uma amizade pessoal com Ele. Para isso, não basta segui-lo e escutá-lo exteriormente, mas viver com Ele e como Ele. Isto é possível em um contexto de grande familiaridade, impregnado do calor de uma confiança total".
Bento XVI lembrou também que "a Igreja Oriental o chama simplesmente ‘o Teólogo', quer dizer, aquele que é capaz de falar em termos acessíveis das coisas divinas, desvelando um oculto acesso a Deus mediante a adesão a Jesus".
João, que segundo a tradição, viveu em Éfeso, "goza no Oriente de uma grande veneração e na iconografia bizantina é representado como um ancião em atitude de contemplação intensa, quase convidando ao silêncio".
"Sem recolhimento adequado não é possível aproximar-se do mistério supremo de Deus e a sua revelação", sublinhou o Papa, que concluiu citando as palavras do patriarca ortodoxo de Constantinopla, Atenágoras –com quem o Papa Paulo VI orou em um histórico encontro–: "João está na origem de nossa espiritualidade mais elevada. Como ele, os ‘silenciosos’ conhecem esse misterioso intercâmbio de corações, invocam a presença de João e seu coração se inflama".