LOS ANGELES, 5 de jul de 2006 às 17:20
Apesar das persistentes restrições do Governo, o Cardeal Jaime Ortega y Alamino, Arcebispo de Havana, manifestou seu otimismo diante do futuro da Igreja em Cuba devido ao aumento de vocações sacerdotais e novos batizados.
"Na Igreja sempre há uma presença jovem, que não é extraordinária, mas que é uma juventude muito interessada, desejosa de formação cristã", explicou o Cardeal durante sua recente visita a Los Angeles para reunir-se com os bispos dos Estados Unidos em sua assembléia anual, logo depois da qual foi entrevistado pelo The Tidings, o jornal diocesano de Los Angeles, e a publicação Vida Nova.
"Todos os anos na Semana Santa batizamos muitos adultos, a maioria dos quais são menores de 35 anos. Na Arquidiocese de Havana batizamos entre mil e 1.200 pessoas a cada ano; depois de passar por uma preparação de um ano. Estes novos membros chegam à Igreja com uma decisão consciente e um desejo de crescer em sua vida cristã", explicou o Cardeal Ortega.
Para o Arcebispo, as limitações que impõe o governo já não se referem à prática da fé. "Temos mais liberdade religiosa. Os limites que enfrentamos como Igreja agora se referem à impossibilidade de contar com escolas católicas ou ensinar religião nos colégios. E também estão as limitações para acessar os meios de comunicação", explicou.
E é que apesar do êxito das casas missão (lugares que funcionam como paróquias, onde as crianças são formadas na fé), a necessidade de Igrejas é bastante grande. "Quando se arruma a igreja em um povoado, a vida do mesmo se renova. O templo se torna assim no símbolo de uma contínua renovação necessária para a comunidade católica", indicou o Cardeal Ortega.
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Apesar dos problemas, 300 leigos estudam filosofia, história da Igreja, doutrina e teologia no Instituto Padre Félix Varela de Havana. Além disso, para o próximo ano se espera ter 80 novos seminaristas na capital cubana e outros 30 em outros lugares do país.
"A visita de João Paulo II (em 1998) teve um grande impacto na Igreja em Cuba: no crescimento das vocações, a participação da Missa e a aproximação de muita gente que durante muito tempo se manteve distante do seio da Igreja", prosseguiu.
"Tenho 23 diáconos em minha diocese –continuou o Cardeal– que são excelentes pessoas. São uma bênção de Deus. Embora sejam uma grande ajuda para o pastor, só o sacerdote pode servi-lo; por isso os sacerdotes são muito necessários".
O Cardeal agradeceu aos bispos dos Estados Unidos por seu ajudar material e espiritual e animou os cubanos que vivem nesse país, e a quem vive na ilha, a trabalhar para obter a comunhão. "Acresito que a comunhão é a capacidade de amar e saber-se um com outros. Esse é o papel da Igreja no mundo: procurar a comunhão entre países, entre culturas, em meio de uma cultura como esta onde há tantas nacionalidades", precisou.