Depois que o Ministro da Justiça, Juan Fernando López Aguilar, anunciou a decisão do Governo de postergar a modificação da legislação que ampliaria os casos de despenalização do aborto na Espanha, as vítimas do mesmo ofereceram sua ajuda ao  Executivo para difundir as alternativas a este crime.

O titular da Justiça anunciou não só a abertura de um debate social sobre a reforma da atual lei que contempla a despenalização parcial do aborto mas que, inclusive, antes disso, "é preciso promover uma pedagogia social em torno a todas as alternativas que existem, para garantir a contracepção e a preservação dos direitos da gestante frente à última opção que deveria constituir o aborto".

A respeito, a Associação Vítimas do Aborto (AVA) parabenizou o Governo “por sua mostra de apoio às mulheres e casais com uma gravidez em dificuldade” e se ofereceu “para ajudar a difundir essas outras alternativas mais humanas e menos violentas que a interrupção da gravidez  que devem ser oferecidas por lei e que atualmente não se faz”.

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A presidenta da AVA, Carmina García-Valdés, pediu “que destinem fundos dos orçamentos gerais do Estado para esta promoção de alternativas ao aborto em 2005”.

O anuncio de que a reforma da lei do aborto não é uma prioridade imediata do Governo e de que previamente será aberto um “debate social razoável”, não foi bem recebido por algusn setores pró-abortistas.

O secretário de Comunicação de Esquerda Unida (IU), José Francisco Mendi, manifestou seu temor de que esta decisão seja um retrocesso na postura inicial do PSOE motivado pela contundente oposição da Igreja na Espanha. Ao se referir aos diversos pronunciamentos dos Bispos e dos fiéis contra, por exemplo, aos “casamentos” homossexuais, Mendi revelou que “tememos que estas críticas estejam fazendo causando fendas no Governo".