Apesar da pressão das organizações feministas e de algumas organizações médicas, os bispos da Bolívia se opuseram energicamente às pressões para praticar o aborto em uma menina de 10 anos que ficou grávida como resultado de uma violação.

O Poder Judicial boliviano transferiu o caso da menina, cujo nome se mantém em segredo, à opinião da Junta do Colégio Médico de Cochabamba em resposta.

Representantes da área de Ginecologia, Adolescência e Psicologia divulgaram o resultado no fim de semana passado, indicando que a menina deveria ser submetida a um aborto.

A pressão das organizações feministas levou a que o Primeiro Tribunal de Infância e Adolescência se abstenha de acompanhar o caso, e a partir desta segunda-feira, o mesmo está sendo analisado pela Corte de Justiça de Quillacollo, a cidade de onde surgiu a denúncia.

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"A oposição da Igreja ao aborto em qualquer caso não é apenas uma questão formal, mas conseqüência da preocupação pela vida humana, por toda vida humana", disse o Pe. Ariel Beramendi, falando em nome da arquidiocese da Cochabamba.

"A cura que querem oferecer à menina é pior ainda, pois se a menina não está preparada para ser mãe, menos ainda estará para um ato tão traumático e brutal como o aborto", assinalou.

A arquidiocese se ofereceu para acompanhar a gestação com a adequada assistência médica, espiritual e psicológica à menina e a sua família, em vez de permitir o aborto.

Consultado pelo jornal local "Los Tiempos" um ginecologista do hospital Viedma de Cochabamba, que pediu omitir seu nome, assinalou que o caso da menina supõe "uma gravidez de altíssimo risco e deve ser avaliada por uma equipe multidisciplinar"; mas admitiu que na cidade o hospital materno Germán Urquidi "tem uma unidade de alto risco", que poderia fazer o parto.