MÉXICO, 10 de ago de 2004 às 14:03
O Presidente da Conferência Episcopal Mexicana (CEM) e Bispo de Leão, Dom. José Guadalupe Martín Rábago, denunciou que o clima político do país está afetado pela “violência verbal” na qual incorrem alguns governantes e partidos; e afirmou que “precisamos nos educar para os consensos e para o respeito de nossas legítimas diferenças”.
O Prelado explicou que “parece que continua crescendo um ambiente rarefeito de confrontação, de procurar através da violência a obtenção do que se pretende”, e adicionou que “o ambiente político do país certamente atravessa uma situação delicada, mas em geral se percebe uma violência verbal que preocupa”.
Depois de celebrar na Catedral de Leão, o Bispo negou que os confrontos e agressões verbais formem parte de um ambiente democrático. “Isto, certamente, não é próprio de um ambiente verdadeiramente democrático, embora haja quem às vezes diz que isto é o caminho da democracia, mas eu não penso que seja assim”, declarou.
“A democracia –continuou o Prelado– consiste em que se eu desejar algo mas não coincide com o que a maioria decidiu, aceito-o; essa é a lei da democracia, não que se imponha meu critério. Por isso quando a maioria se expressou deve-se aceitar porque, do contrário, vamos para a anarquia”.
Do mesmo modo, o Bispo acrescentou que a violência verbal não contribuirá para resolver os principais problemas do México, mas sim requer consensos e respeito às diferenças entre governantes e partidos.
“A violência verbal nem é própria de um caminho democrático nem é o que vai nos construir como sociedade, nem é o que vai nos permitir seguir em frente para ter uma melhor situação no aspecto econômico, no aspecto social nem no aspecto político”, afirmou o Prelado e ressaltou que “acredito que admitindo a legitimidade do pluralismo precisamos nos educar para os consensos e para o respeito de nossas legítimas diferenças”.
O Bispo explicou também que a violência verbal é amostra de que não se soube trabalhar em um ambiente de diálogo. Isto significa que não conseguimos encaixar no contexto de uma sociedade reconciliada, não soubemos encontrar, como concidadãos e autoridades, interesses comuns da pátria”, comentou.