WASHINGTON DC, 24 de jul de 2006 às 17:23
Uma reconhecida partidária do aborto sugeriu à Anistia Internacional (AI) não apoiar a inclusão do aborto como um direito humano e, em troca, concentrar-se na proteção dos direitos das pessoas.
A articulista da revista Men’s News Daily, Denise Noe, conhecida por sua posição a favor do aborto, escreveu um artigo intitulado "A Anistia Internacional não deve tomar uma posição sobre o aborto".
No texto, lembra que esta instituição é conhecida por seu trabalho em defesa dos direitos humanos em todo o mundo, mas com sua decisão de apoiar "os direitos sexuais e reprodutivos" entre os quais se encontra o aborto, "está a um passo de se transformar em outra organização liberal e ativista".
A escritora reconhece que pessoalmente está a favor do aborto legal nos primeiros meses, mas afirma que "o aborto legal não é um direito humano básico semelhante à liberdade de culto, reunião ou expressão", mas sim é um assunto no qual "gente decente pode estar em desacordo".
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Apesar de sua posição abortista, Noe admite que "a gravidez, embora sua origem tenha sido violenta, não é violenta, mas um processo natural", e reconhece que o "aborto pode ser razoavelmente visto como violento. Inclusive no primeiro trimestre, tem a ver com tirar o feto de seu hábitat natural e cortá-lo em pedaços".
A escritora reconhece além disso a possibilidade de que "nas últimas etapas da gravidez, os fetos sintam dor, talvez a agonia, quando são abortados, com o que se estaria violando a Declaração Universal dos Direitos humanos, um documento que a Anistia Internacional apóia e no qual se estabelece que ‘nenhuma pessoa deve ser torturada ou castigada cruel, desumana ou degradantemente".
Depois de manifestar que "o aborto não deve ser visto como uma necessidade absoluta para a liberdade das mulheres", Noe cita o caso de Gianna Jessen, "uma mulher que sobreviveu a um aborto quando sua mãe tinha sete meses e meio de gestação. Tem paralisia cerebral como resultado do aborto e se pergunta constantemente: ‘se o aborto tem a ver com os direitos das mulheres, onde estavam os meus?’".