MADRI, 10 de ago de 2004 às 15:03
O subsecretário do Conselho Pontifício para a Cultura, o Pe Melchor Sánchez de Touca, assegurou que em todo mundo está crescendo o ateismo prático, a indiferença diante da questão de Deus e está retrocedendo o ateismo militante, que na atualidade "não tem um peso significativo".
"Muitos opinam que depois de tudo, que Deus exista ou não, é irrelevante, não muda as coisas. Não se combate hostilmente a religião como em outros tempos, embora continue havendo perseguição aos cristãos, simplesmente se ignora, vive-se como se Deus não existisse. É o crescimento do homem indiferente, o 'homo indiferens'", declarou o Padre Sánchez de Touca em uma entrevista Aparecida no site da Arquidiocese de Toledo.
"De todas maneiras é um fenômeno do mundo ocidental. Não se pode dizer que haja uma baixa da fé, nem na Ásia, nem na África, nem na América Latina, exceto nas elites urbanas", adicionou o sacerdote.
Mais adiante, o sacerdote indicou que não todos os elementos presentes nas culturas são autenticamente culturais porque não ajudam o homem a ser mais homem. Há muitos elementos que obscurecem a dignidade do homem e a rebaixam e, portanto. terá que falar neste caso de anticultura ou contracultura.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Segundo o subsecretário, aquilo que atenta contra a dignidade humana torna-se anticultura.
Como exemplos mencionou a segregação racial ou a segregação de castas que há em algumas culturas.
"Assim como as mutilações, que são práticas rituais que pertencem ao folclore e à tradição popular de algumas culturas, especialmente as que se dão às mulheres, são contrárias à dignidade humana. Não falemos dos sacrifícios humanos que a humanidade conheceu há pouco tempo em algumas culturas. Estes são elementos anticulturais. E para falar de nosso tempo e de nossa sociedade, o aborto, o pretender que as uniões homossexuais se chamem matrimônio, a violência doméstica, são elementos de morte que rebaixam a dignidade do homem", concluiu.