BUENOS AIRES, 25 de jul de 2006 às 17:52
O Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, pediu aos argentinos que não se confundam com aqueles políticos ou funcionários que colocando a etiqueta de "católico" discordam publicamente dos ensinamentos fundamentais da Igreja.
No programa televisivo "Chaves para um mundo melhor", o Arcebispo explicou que com freqüência, "pessoas que têm uma atividade pública relevante, políticos ou funcionários", costumam dizer: "Eu como católico respeito a opinião da Igreja mas não estou de acordo com ela".
Segundo Dom Aguer, "não se referem a opiniões como pode ser a de um bispo sobre uma junta social ou econômica, um problema cultural. Mas bem se referem ao ensinamento oficial da Igreja sobre matérias de muito peso como pode ser a ordem familiar, o matrimônio, a educação sexual, o aborto, a esterilização cirúrgica e outros temas".
O Arcebispo advertiu que se pode "receber com cordialidade e agradecimento que um agnóstico, um judeu, um muçulmano ou qualquer pessoa que não pertence a nossa confissão de fé diga isso. Neste caso essas afirmações seriam um sinal cordial de respeito à opinião da Igreja porque para eles é uma opinião".
"Mas que alguém diga ‘como católico’ e se manifeste contrário ao ensinamento oficial da Igreja e, muitas vezes, a ensinamentos pronunciados com grande solenidade que indicam que nenhum católico pode dizer que não está de acordo, quer dizer que há uma grande confusão sobre como se usa o nome de católico", esclareceu.
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Dom Aguer questionou por que "nesses casos se aplicam essa etiqueta. Podem ser pessoas que terão recebido o Batismo na Igreja Católica, que possivelmente receberam sua instrução catequética na infância e fizeram sua Primeira Comunhão mas que, agora, nem pensam nem sentem como católicos. Por isso é que consideram o ensinamento da Igreja em matérias de grande importância como uma mera opinião".
Diante desta situação, pediu "um laicado comprometido com a realidade social, econômica ou política da vida da Nação que pense verdadeiramente como católico. Que procure, segundo as normas que regem nosso sistema republicano, que essas verdades -que são muitas vezes verdades da ordem natural e têm que a ver com a ordem básica da sociedade- possam chegar a entrar em plena vigência entre nós".
Do mesmo modo, considerou que "ainda fica muito por compreender sobre qual é a obrigação de um católico que atua na vida pública de pensar e de manifestar-se verdadeiramente como católico".
"O ser católico é não fazer-se eco da opinião geral ou acomodar a verdade às conveniências políticas do momento. Trata-se de dar testemunho com plena coerência do que crê e o que pensa procurando que isso ilumine a vida da sociedade", acrescentou.