A agência Lifesite News chamou a atenção internacional sobre a inclusão de um projeto de lei que procuraria redesenhar radicalmente a moral  sexual da sociedade boliviana, permitindo a pedofilia, o aborto e as uniões homossexuais, como “direitos”.

O polêmico projeto de lei sobre “Direitos Sexuais e Reprodutivos” foi apresentado pela advogada Julieta Montano, que preside o Escritório Jurídico para a Mulher, um centro de treinamento e lobby especializado em temas sexuais e direitos humanos.

Segundo Lifesite News, a legislação proposta consagra “o direito a exercer uma sexualidade prazerosa, responsável e livremente decidida, sem limites exceto por aqueles assinalados expressamente por lei”.

Desta maneira, sustenta a agência, “se apagariam todos os limites para a sexualidade aberrante, incluindo a que envolve crianças”.

Embora o projeto de lei tenha gerado preocupação e polêmica entre a população, foi aprovado pelo Parlamento e só se deteve quando o Presidente Carlos Mesa decidiu devolvê-lo ao Senado para que seja revisado antes de assiná-lo. “Entretanto, é pouco provável que a legislação, que foi passada no Senado com muito pouca oposição, seja detida por muito tempo”, adverte Lifesite News.

Evidentemente contrariada pelo atraso de sua norma, Montano lançou uma campanha contra a Igreja Católica e acusou o Núncio Apostólico na Bolívia de “quebrar toda norma de não-intervenção nos assuntos estatais” por expressar sua preocupação  ao Presidente Mesa.

Montano afirmou inclusive que a  Igreja lançou uma “guerra suja” contra a saúde reprodutiva, o aborto e o controle natal; e agir motivada pelo temor de perder o controle sobre os corpos humanos das demais pessoas”.

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A preocupação da Igreja pela eventual lei é real. Diversos líderes religiosos consideram que a nova legislação seria nociva para o país ao implicar inclusive a legalização de agressões em nomeie do “próprio prazer”.

A pressão do Montano por impulsionar seu projeto a levou a afirmar à imprensa que a Bolívia ratificou as declarações das Nações Unidas e Cairo e Pequim, e que por isso “está obrigada a ajustar sua legislação às normas internacionais”.

Segundo Lifesite News, “não surpreende, então, que a legislação em questão aplaine o caminho para reconhecer as uniões sexuais e de fato, promova abertamente a anticoncepção abortiva, e não mencione o papel da  família na educação sexual”.

Com efeito, o projeto de lei assume que os adolescente som sexualmente ativos dos 15 ou 16 anos e sugere que o aborto clandestino é prática comum.

Segundo a agência, o debate mais estridente envolve o direito dos adolescentes à confidencialidade sobre sua vida  sexual.

O Padre Miguel Manzanera, diretor do Instituto Católico da Bioética advertiu que a norma "poderia ter muito sérios resultados. Poderia provocar uma emancipação precoce dos meninos com respeito a seus pais. Qualquer criança acima de  12 anos de idade poderia não só ter o direito de manter relações sexuais, mas também de gozar de uma confidencialidade tal que seus pais não seriam informados mesmo que os menores contraiam AIDS, suas filhas fiquem grávidas ou tenham um aborto".

Para o Padre Manzanera, uma legislação deste tipo poderia inclusive levar as crianças à prostituição.