LONDRES, 11 de ago de 2004 às 15:18
Apesar das críticas de diversos grupos civis e religiosos, a Câmara dos Lores aprovou hoje a lei que permite clonar embriões humanos com fins “terapêuticos”.
Os parlamentares justificaram a polêmica decisão alegando que “os potenciais benefícios” destas investigações são maiores que os questionamentos éticos de gerar seres humanos para utilizá-los como fonte de células mãe.
Os cientistas poderão clonar embriões humanos que proporcionarão as tecidos em questão e serão destruídos antes de cumpletar 14 dias de concebidos.
O Parlamento concedeu a primeira permissão de clonagem humana a uma equipe científica da Universidade do Newcastle (nordeste da Inglaterra), que sustenta que será preciso 10 anos de pesquisa sobre embriões para obter algum resultado positivo.
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As organizações Alerta sobre a Genética Humana e Comment On Reproductive Ethics (CORE) rejeitaram a decisão governamental.
Para os grupos, trata-se de “um esbanjamento de dinheiro público e ultrapassa importantes barreiras éticas”.
Segundo Josephine Quintavalle, porta-voz do CORE, "um embrião humano é, à margem de como tenha sido criado, um embrião humano, um membro da espécie humana e, portanto, tem tanto direito à vida como qualquer outra pessoa".
Para o Quintavalle, é preocupante também que um grupo de parlamentares não escolhidos pelo povo –a Câmara dos Lores- "tome decisões desta magnitude” e lembrou que “nenhuma vida humana deve ser sacrificada pelo benefício alheio”.