Em uma dramática carta enviada ao Vice-presidente argentino e Presidente do Senado, Daniel Scioli, Dom Baldomero Carlos Martini, Bispo de São Justo, advertiu que a nova lei de esterilização cirúrgica compulsiva aprovada pelo Senado argentino na quarta-feira à noite será fatal para o crescimento populacional do país e terá conseqüências nas próximas eleições.

Comentando o projeto de lei que finalmente o Senado aprovou por 35 votos a favor e 9 contra, Dom Martini perguntou se "autorizar as mutilações irreversíveis, sem indicação médica, somente como método de controle natal, em forma gratuita e obrigatória, para todo o sistema sanitário, seja público, privado ou misto será para agradar os condicionamentos dos organismos financeiros internacionais, como é o caso de tantos países de nossa a América Latina?".

"A República Argentina é um país despovoado, e em vias de envelhecimento populacional. Pensarão em reverter ambos os males esterilizando a população?", acrescentou o Prelado.

"Esse –assinalou– não é o caminho idôneo. Há alternativas respeitosas da dignidade humana, para quem deva pospor um novo nascimento: os métodos naturais de conhecimento da fertilidade. As mutilações não são necessárias, exceto para os interesses forâneos de nos manter como uma Nação despovoada, incapaz de explorar suas riquezas naturais".

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Na carta, o Bispo de São Justo também adverte: "estamos a pouco mais de um ano de uma nova comparação eleitoral, onde serão eleitas as máximas autoridades. Ocupando lugares no Senado da Nação, estão a esposa e a irmã do Sr. Presidente da República. Por sua vez, ele tem a faculdade constitucional de promulgar ou vetar as leis sancionadas pelo Congresso da Nação".

"Sem dúvida, estes meses serão uma boa comprovação do pensamento real dos futuros candidatos. Como parte de meu serviço pastoral, informarei devidamente os fiéis da diocese de São Justo, para que –chegado o momento–, possam exercer responsável e livremente seu direito ao voto", adverte o Bispo.

"Senhor Presidente, que sempre tenhamos paixão pelo bem comum, que é o bem de todas as pessoas, desde o momento da concepção, até sua morte natural", conclui a enérgica carta.