LIMA, 10 de ago de 2006 às 14:27
O ex-diretor de Comunicações e Imprensa do Arcebispado de Lima dirigiu uma contundente carta à revista Somos do jornal peruano El Comércio em que esclarece a este meio de comunicação que o Cardeal Juan Luis Cipriani sempre defendeu os direitos humanos.
Em resposta a um comentário publicado no jornal sobre "um suposto desprezo pelos direitos humanos do Cardeal Cipriani", o Ex-diretor de Comunicações e Imprensa do Arcebispado de Lima, Alfredo Castelo, precisou que o trabalho do Cardeal "girou sempre em torno da defesa dos valores da vida e da paz, assim como do matrimônio e da família" e "em todo momento o vi destacando a necessidade de velar pelos direitos universais e inalienáveis da pessoa e a solidariedade dos povos".
Castelo lembrou que o atual Arcebispo de Lima se desempenhou como Arcebispo de Ayacucho a partir de 1988, "um povo atingido pelo terrorismo, e submerso na extrema pobreza".
"Foi neste tempo quando lutou pelo processo de pacificação, repovoamento e desenvolvimento deste departamento, inspirado nos princípios da doutrina social da Igreja. Sua profunda preocupação pelo abandono dos povos andinos o levou a encabeçar diversos esforços para aliviar esta situação", indicou.
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Conforme lembrou Castelo, em Ayacucho, o Cardeal Cipriani desenvolveu um árduo trabalho social e pastoral, que incluiu a construção de cinco casas para 300 órfãos do terrorismo, programas de nutrição, apóio ao desenvolvimento rural, promoção do pequeno artesanato, o turismo e o emprego, formação profissional de jovens, e reabriu o Seminário Maior da Huamanga, depois de 38 anos de ter permanecido fechado.
Nos últimos dias, o Cardeal foi alvo de muitos ataques devido a que em último Te Deum por Festas Pátrias reiterou sua preocupação pelo relatório final da Comissão da Verdade e Reconciliação (CVR) que, paradoxalmente, difama a atuação pastoral da Igreja Católica em Ayacucho, Apurímac e Huancavelica durante os anos de violência terrorista.
A CVR recebeu no ano de 2001 o mandato do Presidente interino Valentín Paniagua de investigar as violações de direitos humanos durante a agressão desatada pelas organizações terroristas Sendero Luminoso e o Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA). Entretanto, no ano de 2003 publicou um controvertido relatório no que acusou várias autoridades da Igreja de "obstaculizar" a defesa dos direitos humanos. Entre elas, assinalou ao hoje Cardeal Cipriani, então Arcebispo de Ayacucho, a região do país que mais sofreu com o terrorismo.