MEXICO D.F., 24 de ago de 2006 às 02:53
O Arcebispo de Guadalajara, Cardeal Juan Sandoval Íñiguez, pediu ao Governo não atribuir-se faculdades que não lhe correspondem, como escolher o tipo de educação sexual que receberão os estudantes de educação secundária, já que esta decisão corresponde aos pais de família.
Em sua coluna "Palavra de Pastor", publicada no Semanário, informativo da Arquidiocese de Guadalajara, o Cardeal se referiu à decisão do Governo de distribuir nas escolas de secundária textos de biologia cujo conteúdo qualificou de "informação pornográfica que incentiva o permissivismo sexual nas crianças e adolescentes".
O Cardeal Sandoval disse que tal como "foi apresentado e imposto (o livro), sem prévia consulta, constitui uma atitude ditatorial".Expressou que não deve haver um texto único e oficial, mas se este existir, deve levar em consideração "a opinião dos que sabem da matéria, de pessoas probas, honestas, conhecedoras do tema, e sobretudo dos pais de família, que têm o direito natural e inalienável de educar a seus filhos".
Explicou que "a educação sexual é algo mais amplo como o é o homem" e não se deve reduzir à genitalidade e lembrou que o ser humano "tem também alma, sentimentos, contrai voluntariamente matrimônio para a procriação da vida e possui o sentido de seu destino eterno".
Mas bem, indicou, as crianças e adolescentes devem receber motivações morais, "e não digo cristãs, por causa do Estado laico" mas sim "de respeito às normas morais naturais".
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Finalmente, o Cardeal manifestou seu desejo de que "estes textos sejam corrigidos antes de chegarem às mãos dos alunos. Corromper a infância e a juventude é frustrar o bem do México, porque deles dependerá o futuro de nossa Nação".
O livro de Biologia para primeiro ano de secundária é promovido pelo titular da Secretaria de Saúde Pública, Julio Frenk, que deseja distribui-los no próximo período escolar. Entretanto, vários governadores locais expressaram seu desacordo.
Um deles é o Governador de Sonora, Eduardo Bours, que dias atrás anunciou a reedição dos livros, já que o material sobre reprodução sexual e homossexualidade são tratados de maneira inapropriada. "Não se trata de nenhum tipo de moralismo o fato de impedir a circulação de livro de texto, mas sim nesse compartimento se aborda de uma maneira péssima o manejo do tema da reprodução sem tratar o tema relacionado com o casal e a família", sentenciou.
A coluna do Cardeal Sandoval encontra-se em http://www.semanario.com.mx/2006/498-08202006/PalabradelPastor.html