MIAMI, 5 de set de 2006 às 06:25
O Arcebispo de Miami, Dom John C. Favalora, lembrou que é dever dos cristãos perdoar e rezar pelos inimigos, em uma carta em que se solidariza com uma mensagem dos bispos cubanos que pediram orações pela saúde e conversão de Fidel Castro, e que foi criticada por alguns.
Na carta intitulada "Devemos rezar por nossos inimigos?", o Prelado destacou que "deixando a política e as emoções de lado, o ensinamento da Igreja sobre este tema é claro: Temos que rezar pelo bem-estar e para que nossos líderes civis sejam iluminados, temos que rezar pela salvação daqueles líderes doentes ou agonizantes, sem exceção, gostemos ou não deles".
"A razão pela qual rezamos pelos que não crêem –prosseguiu ao lembrar os pedidos que se fazem na Sexta-feira Santa– é para que possam abrir-se à graça de Deus. Quem sabe? O Senhor poderia estar chamando-os, como chamou muitos, em seu leito de morte" "O Senhor quer que todos se salvem", acrescentou Dom Favalora.
"Isto pode parecer injusto, mas sabemos pelos ensinamentos de Jesus que os modos de Deus não são nossos modos. Nossa justiça não é a de Deus. A justiça de Deus está temperada pela misericórdia e a compaixão, enquanto que com freqüência nossa justiça humana está misturada com nossa incapacidade de esquecer e curar as lembranças que nos oprimem, ou inclusive às vezes por nosso desejo de vingança e retribuição", explicou.
Em seguida, o Prelado precisou que "se nos chamarmos cristãos, não podemos escolher que ensinamentos vamos seguir e de quê maneira vamos imitar o Senhor".
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Do mesmo modo, o Arcebispo manifestou que "na oração eucarística da Missa, oramos diariamente durante a consagração do Precioso Sangue: ‘Que será derramada por vós e por todos para o perdão dos pecados’. Assim a Igreja da Eucaristia tem que ser um agente de reconciliação no meio do conflito e da divisão".
Depois de recordar que é o próprio Cristo quem nos pede "amar nossos inimigos e rezar por quem nos persegue", o Prelado destacou que frente às dificultadas para cumprir com este mandamento "é o que se espera dos cristãos".
Antes de terminar, o Arcebispo de Miami comentou que reza "todos os dias pela libertação e salvação dos cubanos, sem excluir ninguém; e não me desculpo por isso". "Tampouco me desculpo por cumprimentar os bispos de Cuba, quem tem estado anos evangelizando a sua gente em meio de circunstâncias difíceis. Não sei quantos de nós neste país seríamos capazes de fazer o que eles têm feito", acrescentou.
"Posso sem medo de errar declarar que a Igreja em Miami está em comunhão e em completa solidariedade com os bispos de Cuba, não só neste momento de incerteza, mas em todo seu afazer pastoral para cumprir sua missão apostólica", concluiu.